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Doar Sangue é um Ato de Solidariedade

Ontem, foi o Dia Mundial do Doador de Sangue e a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede que mais pessoas tornem-se doadores voluntários. O objetivo das campanhas não é apenas incentivar as pessoas a doarem, mas a realizarem essa doação regularmente. De acordo com a OMS, a doação de sangue beneficia principalmente mulheres com complicações durante a gravidez e o parto; crianças com anemia severa em resultado de malnutrição e malária; pessoas com graves traumas provocados por acidentes e pacientes com câncer e que passam por algum tipo de cirurgia. Também é importante lembrar que não apenas o sangue, mas também seus derivados como as células vermelhas, as plaquetas e o plasma são separados e direcionados para pacientes com complicações distintas de saúde.

No Brasil, o Ministério da Saúde promove campanhas regulares. Você pode obter informações no site do Ministério sobre quem pode ou não doar, quais as recomendações para o dia da doação (não vá doar em jejum!), além de uma lista com todos os hemocentros do país. A Portaria 1.353, publicada no dia 14/06/2011, traz duas novidades importantes para quem quer se tornar um doador:

Faixa etária para doação de sangue é ampliada. A partir desta nova legislação, jovens entre 16 e 17 anos (mediante autorização dos pais ou responsáveis) e idosos com até 68 anos também poderão doar sangue no Brasil. Pela norma anterior, a doação era autorizada para pessoas com idade entre 18 e 65 anos de idade. Com a ampliação da faixa etária para doação, a expectativa do governo federal é ampliar o volume de sangue coletado no Brasil que, atualmente, chega a 3,5 milhões de bolsas por ano.

Orientação sexual não pode ser critério de seleção. A Portaria 1.353 determina, ainda, que a orientação sexual (heterossexualidade, bissexualidade, homossexualidade) não deve ser usada como critério para a seleção de doadores de sangue, por não constituir risco em si própria. Ou seja, não deverá haver, no processo de triagem e coleta de sangue, manifestação de preconceito e discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, hábitos de vida, atividade profissional, condição socioeconômica, raça, cor e etnia. Atualmente, doenças transmissíveis pelo sangue como o vírus HIV, não possuem mais um grupo de risco, todas as pessoas que não adotarem medidas preventivas podem adquirí-las. Portanto, é importante acabar com o preconceito aos homossexuais e bissexuais.

 

Imagem: Campanha do Ministério da Saúde

No Brasil, apenas 1,9% da população doa sangue regularmente. Segundo os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), para manter os estoques regulares é preciso de 1,5% a 3% da população doem sangue regularmente. Entre os fatores que fazem os hemocentros precisar cada vez mais do insumo, há o aumento de 65,3% no número de transplantes realizados no país entre 2003 e 2010, que necessitam de transfusão. Ajude a mudar esse número e também as vidas de muitas pessoas.

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A Marcha das Vadias

Tudo começou em Toronto, Canadá. Um policial dava uma palestra sobre segurança no campus de uma universidade, em determinado momento afirmou que as estudantes devem evitar se vestir como vagabundas para não serem vítimas de assédio sexual ou estupro. A partir daí mulheres em Toronto, e em vários outros países, começaram a marchar pelo direito de serem donas de seus próprios corpos em eventos que receberam o nome de Slutwalk.

We are tired of being oppressed by slut-shaming; of being judged by our sexuality and feeling unsafe as a result. Being in charge of our sexual lives should not mean that we are opening ourselves to an expectation of violence, regardless if we participate in sex for pleasure or work. No one should equate enjoying sex with attracting sexual assault. Site oficial da SlutWalk Toronto

Há muitas discussões em torno do assunto. Há quem considere que tentar ressignificar a palavra “vadia” ou “vagabunda” não vai funcionar, pois no Brasil ela é usada especialmente para criticar a liberdade sexual das mulheres. Porém, todas já fomos chamadas de vadias e vagabundas em algum momento, quando ousamos ser quem somos, fazer o que desejamos. Essa palavra está marcada em nossas histórias pessoais e até mesmo nas novelas.

Slutwalk em Boston. Foto de Nina Mashurova no Flickr, em CC.
Slutwalk em Boston. Foto de Nina Mashurova no Flickr, em CC.

Mas, o principal é: nada justifica um ato de violência sexual. Nenhuma mulher é estuprável. E é contra isso que precisamos lutar. É triste abrir matérias de jornal sobre a Slutwalk e ler coisas como: “A principal atração da marcha são as roupas provocantes, que fazem uma alusão ao estereótipo da prostituta“. Nossas roupas não são a principal atração, não são só mulheres vestidas como vagabundas que são estupradas. Não é nem obrigatório ir com “roupa de vagabunda” à manifestação. O objetivo da Marcha é questionar o controle que existe sobre o corpo das mulheres e sobre nossa sexualidade. E, principalmente, questionar o fato de que as mulheres são culpadas por serem estupradas. Vivemos numa sociedade que nos ensina “não seja estuprada”, ao invés de “não estupre”. É isso que precisamos mudar.

Marchando com outras vadias ou não, o importante é repensar nossos paradigmas. Pensar em quantos homens podem andar sem camisa na rua, sem serem assediados. Em quantas mulheres foram violentadas sexualmente porque estavam bêbadas e foram culpadas por isso. Portanto, não chame a coleguinha de puta, não culpe apenas as mulheres nos casos de adultério, não acredite no discurso que nos condena a viver na dicotomia puta x santa. Somos várias e vamos muito além de fórmulas e estereótipos.

A Slutwalk terá sua primeira edição no Brasil neste fim de semana em São Paulo. Dia 04/06, mulheres e homens se reunirão na Av. Paulista, na Praça do Ciclista – entre a Consolação e a Rebouças – a partir das 14h. Deixo por fim alguns textos sobre o assunto que abrem ótimas discussões e nos fazem pensar sobre o machismo diário que nos veste com uma burca invisível.

[+] Por que ir à Slutwalk. A Marjorie Rodrigues explica porque você deve ir e quais são as principais posições contrárias.

[+] SlutWalk: marcha das vagabundas e o feminismo-gracinha. A Jeanne Callegari discute machismo, feminismo e a questão da prostituição dentro da ressignificações da Slutwalk.

[+] Slutwalk – A Marcha das Vadias. Nesse texto faço um panorama com diversas opiniões a favor e contra a Slutwalk.

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Blog recomendado: Blogueiras Feministas

feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente

Você já conhece o Blogueiras Feministas? Deveria. É com enorme orgulho que apresento este blog, fruto da reunião de algumas das muitas mulheres bacanas que estão à solta nesta internet. Um blog realmente coletivo, onde você tem acesso a uma sinfonia, feita sob medida para a gente experimentar o que é ser feminista a esta altura do campeonato.

As vozes, ah, as vozes. Liberdade e igualdade – pode ser? E o olho ilumina com a inteligência da mulherada, que segura e instiga discussões, sem medo de ser feliz. E pra quem acha que feminismo é palavrão: prestenção! A galera tem um grupo de discussão – tão ou mais movimentado que o nosso – e compartilha conteúdo com a tranqüilidade e a leveza que a vida pede. E nunca deixa assunto sério passar batido.

E ainda tem os vídeos bacanas da Nessa, uma das grandes revelações 2010/2011 – junto com uma galera bacana que também está lá. Antes de torcer o seu nariz, confira.

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ModaCamp em São Paulo

Galliano, Markus Bollingmo, CC
foto: Markus Bollingmo, CC

Organizado pelo IED São Paulo, o ModaCamp vai acontecer em São Paulo nos dias 14 e 15 de abril, das 15h às 20h. Não é um Camp como a gente está acostumada a ver e fazer, mas parece que vai ser bacana. Eles passaram um bom tempo na seleção de blogueiros, profissionais e jornalistas de moda que farão suas apresentações em 15 minutos – todas seguidas de debates. O tema é “Que moda a internet favorece?” e será discutido através de quatro tópicos:

  1. A comunicação no mundo da moda
  2. Moda e Business
  3. Os avanços da tecnologia têxtil
  4. Tendências

A escalação já tem 11 escolhidos, entre eles a queridona Bia Perotti e a dupla Cristina Zanetti e Fernanda Resende, do Oficina de Estilo.

As inscrições estão abertas e são gratuitas.

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Pedido por orações e ajuda para a Região Serrana do Rio de Janeiro.

Olá! Sou a @babby e eu sou de Nova Friburgo.

Voltei para Friburgo nesta terça feira, dia 11, no que me pareceu um chamado divino. Precisava estar com a família.

Na mesma noite foi difícil de dormir com tanta chuva e trovões.
No dia seguinte, sem luz, sem telefone ou celular funcionando, ouvi dizer que a cidade estava acabada e dei graças a Deus por estar ao lado da minha família nesse momento.
Não perdemos nada nem ninguém, mas infelizmente isso não vale para todos os friburguenses… nem mesmo para todos os meus amigos e para aqueles que amo.
A cada dia descubro mais amigos e parentes/conhecidos de amigos que perderam tudo.
Encontro ou re-encontro pessoas que perderam familiares, que perderam tudo. E que modo mais injusto de reencontrar pessoas e recuperar contatos, viu!
Diz a TV Zoom, a tv local, que os 246 mortos que a TV confirmou até o final desta tarde são apenas os corpos identificados, mas que já se tem um total de mais de 500 corpos encontrados na cidade.

Imagine a dor no coração!!
Em uma cidade tão pequena e provinciana, onde avisamos aos nossos pais “vou sair com o filho de fulana!”, é impossível não conhecermos ou não sermos amigos de uma boa parte dessas pessoas. =(

Quando levantei na quarta feira, minha mãe me disse para não sair de casa, pois ela ia ver se nosso escritório estava intacto. Foi como dizer o contrário. Na mesma hora levantei, peguei só o básico e  corri para o Centro da cidade.

O meu bairro, Olaria, que foi o que mais sofreu nas enchentes de 1996, teve algumas lojas com no máximo 30cm de água e muita lama, troncos e galhos nas ruas, mas aparentemente escapou ileso. Foi o menos afetado pelas chuvas e, aparentemente será o primeiro a se reerguer.

Vários bairros aos quais não tive acesso foram completamente destruídos. Bairros pobres, bairros ricos, e até o Centro da cidade!

Chegando ao Centro o choque era geral.
As pessoas pareciam Zumbis andando pela Rua.
Aqueles que não eram zumbis, atônitos sem poder compreender o ocorrido, se debulhavam em lágrimas e todo momento assitido ou vivido aqui é de partir o coração.

Não sei contabilizar as perdas. Nenhum tipo de perda.

Foram vários prédios caindo, casas carregadas por dezlizamentos, outras inundadas em água, carros (e pessoas!) levados pela correnteza, gente soterrada, desabrigada e, o pior, gente sem saber como estavam seus familiares, amigos, queridos.

Ficamos sem comunicação interna e externa. Somente os rádios funcionavam e, as vezes, nem isso! O desespero era geral e era difícil até mesmo conseguir avisar a alguém que estávamos vivos!

Ao longo desses últimos dias eu vi os momentos mais tristes da minha vida.
Pessoas que batalharam toda uma vida para ter sua casa ou montar um negócio perderam tudo.
Supermercados e farmácias jogavam fora produtos inutilizados e pessoas BRIGAVAM por comida e itens de higiene que traziam todo tipo de doenças.
Lojas de animais tiveram perdas não apenas de rações, mas também de pintinhos, porquinhos da índia, rãmsters, coelhos, etc.
Pessoas que saíram de casa no meio da noite, para fugir do perigo, andavam em meio à lama descalços e em roupas íntimas, enrolados com qualquer pedaço de pano que achassem. E uma me disse que não conseguiu se vestir porque era isso ou salvar seu cachorro.
Um dono de canil teve que ser arrastado de sua propriedade porque não queria deixar os cães e os coitados foram soterrados.
Colégios e escolas de samba viraram necrotérios.
Pessoas espalhavam boatos malsosos, falsos, de represas cedendo e de várias situações absurdas causando o caos e o desespero. Fazendo com que guardas de trânsito fossem atropelados tentando acalmar e organizar o trânsito de saida da cidade.

Amigos desapareceram. Amigos morreram. Amigos perderam tudo.

Aqui em casa a sensação é de horror, mas também de gratidão porque pelo menos estamos vivos, com um teto para nos proteger enquanto choramos as dores de tudo o que está acontecendo.

Uma parte (grande parte) de nós, Friburguenses(de nossas almas friburguenses), morreu em meio a tudo isso.

Eu estava tão atarefada tentando ajudar as pessoas, mesmo quando estava em casa, via twitter, blog, email… que o choro se resumia a momentos instáveis, mas eu logo engolia e tentava fazer mais alguma coisa para ajudar. E acho que a maioria de nós está assim, doido para chorar, mas precisamos ser fortes e fazer algo!

Agora que parei pra escrever a respeito, as lágrimas desceram e parece que não consigo pará-las.

Só peço agora que ajudem àqueles que ainda estão vivos.

Dei algumas maneiras de ajudar aqui: http://myelectricbarbarella.wordpress.com/ e no twitter.

Por favor, fiquem de olho no que veiculam nas TVs e na internet, pois vai aparecer um milhão de maneiras de ajudar e, com certeza, você vai poder colaborar de algum modo!

Desde já agradeço e continuo pedindo por nossa recuperação, não apenas aqui em Nova friburgo, mas em toda a região afetada e também em São Paulo e Minas!

Um beijo triste, mas cheio de amor e vontade de superação, nos corações de cada um.

@babby.

http://www.cruzvermelha.org.br/

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