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#FESTIVOTE reúne iniciativas que buscam melhorar as eleições de 2018

Urna Eletrônica Brasileira

É impossível ignorar a sensação de descrédito no Brasil com relação à política e às eleições deste ano. Buscando uma melhora desse cenário, domingo (dia 19), acontece na Casa Baixo Augusta em São Paulo o inédito FESTIVOTE 2018. O festival terá uma tarde inteira de palestras, vivências e oficinas apresentadas por iniciativas da sociedade civil que têm como objetivo melhorar a democracia brasileira e, ainda dá tempo, as eleições de outubro. O evento é gratuito. Para participar, é necessário se inscrever através do link: http://bit.ly/Inscricao-FestiVote

 

A sociedade civil brasileira tem criado iniciativas relevantes para melhorar a experiência do cidadão, no exercício de seu papel enquanto eleitor, com o objetivo de qualificar a corrida eleitoral em seus mais diversos aspectos. O FESTIVOTE irá reunir essas ações. Vale destacar que se serão apresentadas apenas iniciativas idealizadas e executadas por organizações da sociedade civil. Ou seja, não será palanque para candidatos(as) ou partidos, nem para qualquer outro tipo de interesse privado. O foco é a utilidade pública, a garantia de que cada um(a) de nós encontre inspiração para mudar a forma de encarar a política, as eleições e este momento decisivo no Brasil.

O LuluzinhaCamp emparceirou com o projeto ElaCandidata. Nossa grande plataforma em 2018 será mulher vota em mulher. Principalmente para as casas legislativas. Precisamos de mulheres quebrando o domínio homem, cis, branco e velho fazendo leis que não nos protegem, não nos favorecem e ainda nos levam de volta ao início do século XX (quando não tínhamos nem direito a voto, vale lembrar).

Somos 52% do eleitorado. Somos quem vai definir a eleição. Vamos nos informar e garantir uma democracia forte e diversa.

 

Abaixo, um pouco do que vai estar na programação:

14h30 – A era dos matches: como encontrar os candidatos(as) dos seus sonhos [RODA DE CONVERSA]

Bússola Eleitoral

Voz Ativa

#Merepresenta

#TemMeuVoto

 

15h – Quem não está lá: a representatividade através do voto [PAINEL]

Blogueiras Negras

Gênero e Número

#VoteLGBT

#VoteNelas

 

15h30 – De olho nas leis: o papel dos cidadãos no monitoramento do legislativo [RODA DE CONVERSA]

O poder do voto

Painel do Legislativo

 

16h30 – Prometeu tem que cumprir! Estratégias para demandar compromissos dos candidatos [RODA DE CONVERSA]

Plataforma Brasileira de Política de Drogas

#NãoValeTudo

Unidos Contra a Corrupção

Desenvolvimento para Sempre

 

17h20 – Contra dados não há argumentos: o combate à desinformação [PAINEL]

Eleições sem Truque

Comprova

Você na Mira

 

17h30 – Eleições e partidos: reformas para aprofundar a democracia [RODA DE CONVERSA]

Plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político

Fórum Brasileiro de Candidaturas Coletivas

Centro de Liderança Pública (CLP)

Movimento Transparência Partidária

 

A programação completa estará disponível no site: https://www.pactopelademocracia.org.br/festivote

 

:: SERVIÇO ::

Data: 19/08 (domingo)

Horário: 14h até 20h

Local: Casa do Baixo Augusta, Rua Rêgo Freitas, 553, República, São Paulo.

 

Sobre o Pacto pela Democracia

O Pacto pela Democracia é uma iniciativa da sociedade civil brasileira voltada à defesa da preservação e do revigoramento da vida política e democrática no país. Formado a partir da ação de um arco amplo e plural de 73 organizações atualmente, movimentos e atores comprometidos com esse objetivo fundamental, o Pacto busca afirmar um espaço comum para a expressão desse compromisso por todos identificados com ele. Também para a soma de esforços para sustentá-lo e impulsioná-lo diante do momento desafiador vivido pelo país. Cidadãos, organizações e políticos podem participar. Saiba mais: www.pactopelademocracia.org.br/participe .

Foto: Wikimedia

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Lixo nos mares – e eu com isso?

Não é novidade nessa altura do campeonato (século 21, hellooo!!) que a sociedade e suas atividades tem gerado cada vez mais impactos no meio ambiente, porém estamos a cada dia descobrindo outros impactos que estavam debaixo do nosso nariz e ainda não tínhamos nem reconhecido.

Talvez você não tenha ouvido falar, mas em breve vai aparecer para você, seja nas mídias sociais, num programa de tv ou numa ação de alguma organização: o tema em alta é o lixo nos mares. Tá bom, não é novidade que os mares estão meio sujinhos, tá aí a Baía da Guanabara e outras localidades não tão cheirosas (mesmo assim não menos belas), as praias de São Paulo com bandeira vermelha da CETESB, e muitas outras, principalmente próximas às áreas metropolitanas.

No entanto o “lixo nos mares” que me refiro são os resíduos sólidos, que não é líquido nem solúvel, que vieram de atividades humanas. Dentre os ingredientes mais comumente encontrados no lixo marinho temos o danadinho do plástico. Sua durabilidade, leveza e flexibilidade que tanto contribuíram com as comodidades da vida moderna são o feitiço que virou contra nós.

Plástico ao mar, onde ele não deveria estar

O plástico se degrada muito mais lentamente que outros materiais como papel, vidro, metal, etc… Quando se encontra livre na natureza o plástico sofre ação dos ventos, chuvas, sol e outros, e vai se quebrando em pedaços cada vez menores. Para contribuir na aventura, o plástico pode atrair substâncias não muito interessantes, como pesticidas e outros poluentes que podem estar dissolvidos no mesmo local onde ele está, como rios, lagos e mares. Aí vem a parte que pode preocupar os amantes da culinária litorânea: muitos animais adoram comer os pedacinhos de plástico: coloridos, brilhantes, muitas vezes com cheirinho de comida (como embalagens de alimentos). Diversos animais os confundem com alimentos deliciosos e mandam ver. O resultado? Barrigas cheias de plástico, animais desnutridos que tem poucas chances de sobreviver e na maioria das vezes morrem.

Lixo marinho. Fonte: UNEP

Se a situação dos estoques de peixes nos oceanos já é preocupante, imagine agora que menos peixes terão a chance de crescer, se reproduzir e gerar os futuros peixinhos para nos alimentar. Outro lado preocupante é que muitos peixes dos quais nos alimentamos ou vamos nos alimentar já possuem plástico em seus estômagos, assim como organismos filtradores (ostras e mexilhões) que nesse caso a gente come inteiro, não tiramos nem o estômago. O que esse plástico causa de problemas nos animais que ingerimos? O que esse plástico que esteve na natureza sujeito a vários contaminantes oferece de risco à nossa saúde? A verdade é que ainda não se sabe a resposta dessas duas perguntas, os cientistas estão correndo para descobrir.

Mas antes de colocar o plástico como o inimigo número 1, vamos deixar algo claro: o plástico em si não é o vilão, até porque esse texto não chegaria até você sem as teclas em plástico que eu usei ou no celular com suas pecinhas plásticas que te permitiram receber aquele “bom dia” colorido de uma tia no grupo de whatsapp da família (humm, talvez tenhamos que repensar sua vilania). Sem brincadeiras, o plástico está em quase toda a parte: escovas de dente, calçados, equipamentos médicos essenciais, equipamentos tecnológicos, segurança sanitária, etc… O grande problema é quando o plástico sai do nosso controle para o ambiente marinho.

Além dos problemas mais objetivos à nossa saúde e à de muitos animais, temos outras questões que podem passar batido por um iniciante no assunto. O lixo danifica embarcações, praias estão recebendo menos turistas por causa do lixo que já está aparente, limpezas de praias geram custos aos municípios, principalmente porque o lixo pode vir de qualquer lugar do mundo pelas correntes marinhas e não para de chegar, entre vários outros problemas.

Precisamos limpar os oceanos e parar de sujá-los é um bom começo

Esses resíduos não são necessariamente jogados no mar por pura maldade e desconsideração das lindas tartarugas ou incríveis baleias, mas chegam até lá por uma série fatores que ainda não estão bem resolvidos, e isso não é só no Brasil. O problema, como adoro falar, é bem complexo, mais complexo do que uma ou duas organizações poderiam se juntar e resolver por completo. Mas que problema global hoje em dia não é complexo, né?

Por exemplo: você sabia que roupas de tecidos sintéticos soltam fibras que não ficam retidas no tratamento de esgoto? Esses fiapos plásticos, quase invisíveis ao olho nu, são uma parte do lixo marinho. O lixo que fica dando bobeira na rua (todo mundo já teve aquele momento que tentou jogar na lixeira, mas errou a pontaria e ficou com preguiça de pegar do chão e jogar de novo? Não se sinta um monstro, eu tb já fiz dessas), basta uma chuva pra cair na rede pluvial e de lá para os rios e dos rios pros mares, pronto, se tornou lixo marinho. Assim como esses caminhos existem vários outros para o lixo chegar aos mares.

Carcaça de albatroz do Atol Midway, localizado no meio do oceano Pacífico, causa de morte provável: desnutrição ou obstrução do trato digestório. Crédito: Chris Jordan http://www.chrisjordan.com/gallery/midway/

Para conseguir avaliar o problema temos que olhar para nossos sistemas saneamento básico, tecnologias das indústrias, design de produtos, logística de matérias primas, educação ambiental e cidadã, isso só pra começar. Nós como cidadãos e consumidores podemos controlar o problema até certo limite, teremos que mobilizar as empresas e o governo em todas as esferas para que hajam opções de produtos que minimizem o problema e para que haja a destinação correta de todos os resíduos, só para dar alguns exemplos.

Não podemos esquecer que o lixo marinho gerado do outro lado do oceano pode vir parar na sua praia. Não vai ser suficiente resolver só em uma cidade, estado ou país. Precisaremos mostrar que a humanidade deu seus pulos na evolução civilizatória e conseguirá resolver esse problema (além de outros)  de forma conjunta.

Vamos torcer para que em todos os mares esses pontinhos sejam só areia e plâncton <3. Crédito: Jeremy Bishop

Para discutir esse assunto mais a fundo acontecerá um evento muito importante no Brasil. Entre 6 e 8 de novembro, no Rio de Janeiro, haverá o 1º Seminário Nacional sobre Combate ao Lixo no Mar. Organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, ONU Meio Ambiente e USP para levantar informações para a construção do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar. O evento é gratuito com inscrições limitadas: https://www.sympla.com.br/1-seminario-nacional-sobre-combate-ao-lixo-no-mar__198716 . Espera-se que haja a transmissão on-line do evento, porém ainda não temos essa confirmação.

Não deu para aprofundar muito por aqui, se fosse mais longo não ia nem dar tempo de terminar de ler, né? Muito obrigada se você chegou até aqui <3

Quer saber mais? Fica de olho nesse evento e segue a gente no Instituto Costa Brasilis: https://www.facebook.com/InstitutoCostaBrasilis/. Muito em breve vamos postar mais falando de como as coisas rolam no mar para você poder entender melhor que raios isso tudo tem a ver com sua vida.

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15 Imposições que caem sobre as mulheres

evan kirby - unsplash

Este é mais um do capítulo “quem nunca?”. São pequenos (ou grandes) detalhes que habitam conscientes e inconscientes de mulheres. Recrutei algumas lulus pra ajudar a pensar sobre as muitas coisas que a gente “acha que tem”, mas não tem não. Aqui

1. Unha esmaltada

Eu adoro esmalte, cores várias, mudar toda semana. Mas a gente tem mesmo estar com a manicure perfeita pra ser mulher?

foto: DocChewbacca Flickr via Compfight cc

2. Cabelo comprido

Você acha mesmo que tua feminilidade tem alguma coisa a ver com o comprimento das madeixas? Repense.

foto:arianne… Flickr via Compfight cc

3. Depilação nota mil

Foto do livro: Pics or it didn't happen, sobre as imagens banidas do Instagram
Foto do livro: Pics or it didn’t happen, sobre as imagens banidas do Instagram

Pelo em outros lugares, entretanto, não pode? Jura?

PHOTO: MollySoda, @BLOATEDANDALONE4EVR1993

Magreza

Encontrei essa calça da esquerda, que tenho há anos e nunca me serviu direito, e lembrei de uma frase que li num perfil fitness por aí: “você está realmente feliz ou apenas realmente confortável?” . Rapaz… deu tilt. Qual é o problema em estar confortável? ? É possível estar realmente feliz sem estar confortável? Quanta felicidade tem por exemplo na inconfortável batalha MULHERES VERSUS ROUPAS DOIS NÚMEROS MENORES? . Chega, né. Já tem guerra demais nessa vida, seja lá fora por algo tão simples como respeito ou dentro da gente, contra a ansiedade ou depressão, então onde der pra ter conforto a gente tem que meter conforto sim. . Esse mundo ainda nem enxerga a gente direito e ainda vamos obedecer quando ele diz que temos que diminuir? Guardar roupa que não serve é dizer pra gente mesma todo dia que ainda não estamos prontas. Chega de andar prendendo a respiração. A gente tá acordando e logo esse cabresto não vai mais ter número que sirva na imensidão da nossa liberdade. ??? . #bulimia #anorexia #dieta #emagrecer #emagrecimento #corpoperfeito #paleo #barrigachapada #projetoverao #projetovidão #bodypositive #bopo

Uma publicação compartilhada por Mirian Bottan (@mbottan) em

Não é peso que define ser mulher. Nem forma do corpo. Ao longo da história, o corpo feminino sempre foi idealizado segundo os desejos do outro. Que tal tomar o desejo para si e aceitar o seu como ele é?

 

Cuidadora

mulheres não recatadas
Ato Performático Mulheres não Recatadas, Brasília, abril de 2016

Mulher tem que cuidar – do outro, da casa, dos filhos. Ah, jura? Não, mulher não é obrigada a cuidar.

Foto: Mídia Ninja, CC-BY-NC-SA

Ser Mãe

Não, mulher não tem que ser mãe. Não é obrigação, é escolha.

Gostar de criança

Idem. Mulher também não tem, obrigatoriamente, que gostar de criança.

Usar salto, vestido, saia…estar na moda é ter estilo?

#luluzinhacamprj Procurando…

Uma publicação compartilhada por Carla San (@carlasanrj) em

Falso, falso, falso. Segundo a Carla San, a moda Desde os primórdios, as roupas ditadas pela moda para as mulheres, tinham duas funções principais: 1- transformar a mulher num belíssimo objeto a ser exibido pelo homem, como demonstração de poder e masculinidade. Despertando a inveja dos outros homens por ser o “dono” da mulher mais desejável. 2- As roupas foram sempre feitas pensando em cobrir, tapar, amarrar, tirar a liberdade de movimentos através das falta de conforto e do sentimento de inapropriação em relação ao próprio corpo.

Estilo, segundo ela, é outra coisa: é algo único, seu. Mas a indústria inventou que a gente tem que seguir o “estilo” à risca.

(aguardem post da pessoa em breve)

Camila Cordeiro

Maternidade é maravilhosa

Não, não é (só). É difícil, é dura, exige muito. E as mulheres precisam de companhia, apoio, carinho e compreensão pra suportar tanto gravidez quanto puerpério.

Tá na TPM?

Por que as mulheres não têm direito a ficar nervosas, a um dia ruim, a perder a cabeça sem que isso seja ligado à menstruação?

Foto: Camila Cordeiro, Unsplash

Não entende nada de esporte

Tanto entende que, inclusive, joga. #PlayLikeaGirl

 

Só gosta de bebida docinha e suave

Cerveja Ela

Mulheres são ótimas degustadoras, entendem de bebida sim. Inclusive temos ótimos coletivos feministas produzindo cerveja artesanal – mas poderia ser pinga, uísque ou grapa.

Ela quer é casar

Quem, cara pálida? Casamento é um contrato entre duas partes – sexo oposto no caso hétero, igual no homo – mas uma mulher não necessariamente quer casar. Elas aprendem que precisam casar – até porque, numa sociedade machista isso quer dizer alguma coisa.

Mulher odeia videogame

Gamer Chick
Jonna, gamer que manda bem em Call of Duty: Black Ops

Não, não e não. Mulher odeia mesmo é o ambiente misógino e machista dos videogames que estão à solta por aí. Inclusive temos Brianna Wu, fazendo games.

Foto: Mustafa Sayed, CC-BY

Adora fazer compras

Gili Benita, shopping, Unsplash

Senta lá Cláudia. Isso não é verdade – se gostar de fazer compras estivesse ligado a gênero, os homens não conseguiriam comprar cuecas, não, pera…

Foto: Unsplash, Gili Benita

Vive de regime

Ada Breedveld

Será que é por conta das milhares de capas e matérias “prepare seu corpo para o verão”? Ou porque é difícil aceitar seu corpo como ele é? Dica de ouro: corre no projeto #compartilheempoderamento, da mestra Jessica Ipólito e aprenda muito.

Foto: Ada Breedveld

É organizada

Quarto de menina

Essa merece estudo antropológico. Jura que organização tem a ver com gênero?

Foto: woodleywonderworks, CC-BY

Mulher gosta de homem

Couple Kissing, Gay Pride, Toronto

Entenda: identidade de gênero é diferente de orientação sexual e ninguém merece ser minoria de estimação de ninguém.

Foto: Pedram, CC-By-NC-SA

Bonus Track: 8 frases comuns que cansamos de escutar

Mulher dirige mal

Acho melhor avisar isso pras seguradoras, que dão mais desconto pras mulheres – porque elas se envolvem em menos acidentes.

Mulher é fofoqueira – cê jura? Só as mulheres? Então tá, então.

Muita mulher junta é falação e futilidade – o LuluzinhaCamp é um exemplo de como isso é mentiroso. Pouquíssima futilidade, muita conversa, acolhida, solução coletiva de problemas. E se repete em TODAS as comunidades conhecidas de mulheres.

Mulheres não podem trabalhar juntas – esta acredito que cai na categoria “dividir para conquistar”. Enquanto as mulheres competem entre si, os homens continuam dominando e fazendo o que bem entendem. Sim, podem acontecer desentendimentos entre mulheres no trabalho. Em geral não por conta do gênero e, sim, porque elas não se bicam – e vale pra qualquer um, confere?

Mulheres são vingativas – ah, os homens são tão bonzinhos… eles não matam companheiras porque os abandonaram, não estupram crianças só porque sim, não jogam ácido no rosto de ex namoradas. Uns anjos de candura.

Mulher não pode ver homem com aliança – e homem de aliança não pode ver um rabo de saia, vamos combinar. Hora dessas todo mundo vai ter que sentar pra rever os conceitos de casamento. Monogamia, parece, nunca caiu bem nas relações.

Mulher só gasta dinheiro com roupa e sapato. Que os digam as milhares de chefes de família brasileira que sustentam seus lares sozinhas. Todo mundo comendo camisa e sola de sapato.

Mulher só sabe fazer barraco. Sabe também fazer foguete, programa, computador, ciência, matemática, escrever, fazer criança (e colocar no mundo e educar sozinha, sempre que necessário).

Foto do Abre: Unsplash

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Lançamento #pretalab no Olabi

“Vai ter lançamento de projeto-iniciativa-linda no Olabi e uma das Luluzinhas que mora em SP estará lá na linha de frente. Seria legal ter alguma representante do RJ cobrindo o acontecimento”. Foi assim que eu peguei a bola no ar e estou aqui, agora, matando no peito esse post para, quem sabe, fazer aquele golaço que o #pretalab merece.

Texto: Claudia Dedeski / Revisão: Lanika

Então este texto vai ser em dois momentos. Vamos lá!

Bem-vindas ao PretaLab

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia 17/03 foi o lançamento da PretaLab, projeto do coletivo-maker Olabi, em Botafogo. O objetivo principal da iniciativa é dar voz e visibilidade às mulheres negras e indígenas que contribuem, tanto dentro quanto fora de suas comunidades de atuação, para o cenário tecnológico do país.

O projeto tem duas frentes de atuação, quase simultâneas: mapear quem são e onde estão essas negras e indígenas que já sabemos que estão aí e, quase ao mesmo tempo, chamar outras meninas e mulheres que se identificam com a área de tecnologia, para que se apresentem e entrem na roda também!

Coordenada pela Silvana Bahia, diretora de projetos do Olabi, a equipe principal conta com diversas frentes e é muito representativa: Maria Eloisa, pesquisadora de Design de Moda na PUC/RJ; Maria Rita Casagrande, desenvolvedora (e nossa Luluzinha de SP); Viviane Rodrigues, jornalista; Vitória Lourenço, cientista social e residente do DataLab e Monique Evelle,  diretora de inspiração do Desabafo Social (dona da fala que está ressoando até agora aqui dentro: “queremos/devemos criar novos espaços ou finalmente ocupar os espaços já existentes?”).

Fica aqui o chamado: se você é ou conhece alguma menina ou mulher negra ou indígena que já trabalha com tecnologia ou deseja aprender ou trabalhar com tecnologia: o PretaLab está procurando vc!

Para saber mais informações de como participar do projeto, se apresentando ou indicando alguém, acesse o link: https://olabi.typeform.com/to/qe4tsA

Entenda como é experimentar na pele a diferença

Deste ponto em diante eu gostaria de pedir licença para falar de modo bastante íntimo sobre a minha experiência enquanto convidada.

Cheguei antes do horário marcado, então peguei um lugar logo na primeira fileira de cadeiras, de frente para o lugar onde a equipe da PretaLab sentaria.

Na medida em que o tempo foi passando, o salão foi enchendo. E enchendo. Quando dei por mim, estava lotado. Lotado de homens e mulheres negros. E quando eu dei por mim estava ali, sentada na primeira fila, uma das únicas pessoas brancas no local (os brancos cabiam talvez nos dedos de uma mão!).

Foi aí que começou a sensação que me rondou por toda a noite, até o momento de me despedir e ir embora: a sensação do estranhamento (!). Uma sensação desajeitada, como eu, ali, branca (ainda por cima dos olhos claros) no meio de tantos negros.

E acho que foi nesse ponto que a coisa transmutou: EU ESTAVA DE VERDADE SENTINDO NA PELE O QUE É OLHAR A MINHA VOLTA E NÃO ENCONTRAR OUTRO IGUAL A MIM!

É, em pleno século XXI, com todos os discursos, valores, compartilhamentos, textões… Eu nunca tinha realmente experimentado aquilo que tanto ouço falar. Sim, sei que somos irmãs na condição de mulheres dentro de uma cultura (ainda) machista. Mas o meu lugar não é semelhante ao de todas as negras que eu ali vi. Nessa noite no lançamento da PretaLab eu pude realmente sentir/saber o tão famoso “estar no lugar do outro”. E isso me tocou profundamente. Quando eu cheguei antes do horário marcado, eu era uma pessoa. Quando eu saí de lá, já não era mais.

E lembrando da Monique Evelle me pego pensando: mulheres, irmãs, negras, brancas ou indígenas, não precisamos criar novos espaços. Precisamos definitivamente ocupar os lugares que já são nossos por direito.

http://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2017/03/27/pretalab-genero-e-raca-na-tecnologia/

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Lançamento do documentário #euvocêtodasnós: conheça melhor as entrevistadas!

Revisão: Denise Rangel

#euvocêtodasnós teve sua pré-estreia dia 6, na Escola de Cinema Darcy Ribeiro (FOTOS DO EVENTO). Após o lançamento, além da transmissão no canal televisivo em horários diversos, o documentário está disponível no http://www.futuraplay.org/video/euvocetodasnos-euvocetodasnos/345304/

O filme mostra que a representatividade e o discurso podem se mover, renovar, transformar coletivos e indivíduos, grupos e ideologias diversas, sob um mesmo conceito antes tido como alienado do mundo e isolado dentro da academia.

O mesmo grupo de discussão se une nas ruas – passeatas contra estupros coletivos, a favor de direitos reprodutivos – somando 20 mil mulheres ou mais nas manifestações. A convergência digital se dá, não apenas mais nos bits. O que estava apenas dentro das mentes e expresso de forma a ter feedback limitado agora se faz público e inclui mulheres e homens solidários nas grandes cidades – e também índias, ciberativistas, mulheres que vivem no campo e em quilombos, pessoas que pensam na/em rede e além da rede sobre não apenas em igualdade, mas n/os processos de como tornar este devir ético e inclusivo. Por mim cada entrevistada mereceria um documentário!

O público presente na pré-estreia já demonstrava, de alguma forma, o que o documentário aponta: diversidade, e como ela é importante. Uma plateia equilibrada: homens e mulheres, negros e brancos de várias classes sociais. Professores, engenheiros, cineastas, escritores, makers, programadores, técnicos, profissionais do sexo, hackers – gente que trabalha com ciência, tecnologia, política e arte de todos os gêneros.

Quando vi este auditório senti entusiasmo ímpar – quantas vezes os negros vão a um evento e estão apenas eles lá, ou são a minoria? Quantas vezes organizadores dos eventos de ciências nos painéis batem o pé, e, apesar dos fatos, insistem que “não há palestrante mulher nesta área”? Lembrando que a maior parte da população é negra e mulher… Parabéns à produção por tomar este cuidado. São poucos os lugares que faço o teste do pescoço e tiram uma nota 10 com louvor tão retumbante.

Apenas ao vislumbrar este público percebe-se como os profissionais de todas as áreas devem valorizar e dar importância de forma concreta à diversidade e dar voz às competências reais que ali se encontram. Ninguém aguenta, e já não cabem mais festas de música black com uma minoria ínfima de negros presentes, ou eventos que discutam qualquer tópico referente às mulheres na política, pesquisa, saúde ou tecnologia sem a presença maciça delas participando também da liderança, nas palestras e mostrando os resultados das suas pesquisas.

De forma ágil, e como se fizéssemos um trajeto hipertextual entre páginas, vídeos, entrevistas, frames com edição rápida e de forma fragmentária, somos apresentados aos FEMINISMOS que se utilizam de ferramentas tecnológicas diversificadas de acordo com as mulheres – escrevendo; individualmente, em pequenos ou grandes grupos (alguns apenas virtuais, outros também presenciais); ou ainda com trabalho de base mais presencial, local e com menor aparição na internet.

O que converge em todas estas linhas de feminismo, alguns até com alguns posicionamentos e ideias opostos é como o direito de ir e vir para casa, escolhas profissionais, sexuais e até o direito de falar sobre isso são ameaçados, de início virtualmente, e a vontade de grandes grupos de alguns homens (e infelizmente com cumplicidade de algumas mulheres também – muitas por ignorância) que as protaginistas se calem, ao derrubar páginas e sites para que continuem impunes no seu cotidiano.

Se a ameaça pela internet não cala a mulher, iniciam as ofensas, calúnias, difamação, ameaças e violências físicas, assédio moral e sexual. E ,finalmente o discurso de ódio ao concretizar estas ameaças, batendo, violentando sexualmente e assassinando mulheres que tiveram a ousadia de querer apenas IGUALDADE – escolher uma profissão ou trabalho onde, apenas por ser mulher já, é excluída, desde o início da formação, pelos professores; uma vida sexual livre, como qualquer homem, sem ter que ser apontada e exposta de forma abjeta por isso; ter equanimidade no salário e oportunidades de ascensão profissional; direito de ir e vir para casa sem temer ser violentada ou assediada sexualmente, e até o direito mínimo de falar e ser ouvida (mansplaining).

AS MULHERES

Lo Res – canal Sapa À Tona no facebook e no youtube

5 sapatonas conversando com você sobre feminismo, política e lesbianidade!! Lo Res narra sua experiência e caminhos que tomou ao sair de um relacionamento tradicional, a separação e o mercado de trabalho excludente para quem é mãe.

Lúcia Freitas – mostra projetos no Ladybug 

Jornalista e blogueira. Trabalha com produção de conteúdo e educação. Faz digital coaching, seu jeito de ajudar as pessoas a usarem as ferramentas que estão à sua disposição no mundo digital. Organizou o LuluzinhaCamp e já fez outros eventos de/para internet. “Já disseram por aí que sou uma das 10 mulheres mais influentes aqui neste planeta no Brasil. Sou morena (apesar de 2/3 das minhas fotos online mostrarem uma loura), amo gatos e adoro gente. Meu canal preferido é o Twitter, mas estou lá no Instagram, no Snapchat, no YouTube, no Vimeo, no LinkedIn, no SlideShare…”

Larel Costa e Mari Lopes

Lésbicas separatistas e apresentam o espaço no Rio de Janeiro chamado Resiliência: local para eventos, bar, biblioteca, grupos de estudos, acolhimento para mulheres em situação de risco social

Rosa Luz – canal Barraco da Rosa  

Performer que discute na sua arte a visibilidade trans. Resolveu fazer o canal para poder diminuir, com informação, os índices do Brasil – um dos maiores de assassinatos de travestis e transexuais do mundo. Seu canal hoje tem mais de 10 mil assinantes.

Nathalia GriloMovimento Elegbá Ojà

“Moldada pela vivência no interior litorâneo do extremo sul da Bahia. Migrante, grapiúna como os meus, chego ao sudeste trazendo lembranças, paisagens e memórias na bagagem – Cultura de raiz. Pesquisadora Popular de assuntos Afro-brasileiros e Contadora de Causos, Educadora. Exerço, em minha caminhada, projetos de arte-educação atuantes em lugares como o Centro Cultural da Juventude, localizado na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, na Biblioteca Parque de Manguinhos, localizada na periferia suburbana da zona norte carioca, Biblioteca Parque da Rocinha, também no RJ. “Aquele que muito anda, voa!” Diz o dito Iorubá. Se trata de um passeio por entre os caminhos de Esú, na companhia daquele que é o primeiro Orixá, Dono dos movimentos e Guardião das cidades! Nos labirintos coloridos dos mercados e das feiras, é ele quem cuida de tudo que é assunto, de tudo que é cheiro, de tudo que é gosto, de tudo que é som, de tudo o que tem cor, e é justamente por essa grandiosidade do Bará que este projeto é guiado por sua sabedoria e por sua capacidade de se relacionar com o outro através da palavra. Fruto da Cultura popular afro-brasileira, Movimento Elegbá-Ojà busca incessantemente as fontes que revelam a simplicidade e a complexidade do Movimento do Guardião e das andanças das mulheres negras dentro e fora da Diáspora. Laroiê! Eparrêi!”

Thaysa Malaquias – coletivo Não Me Kahlo publicou estudo sobre ciberfeminismo

Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalha como autônoma na área. Ama dormir, perdendo apenas para a atividade de comer. Não sabe lidar com as opções do Netflix e demais coisas. Apaixonada por Arquitetura e Urbanismo, acredita no papel social que tem como profissional da área em criar cidades mais justas e igualitárias. Gosta de cinza, mas também de cores vibrantes. Tem muita insônia e pensa demais na vida. Valoriza muito o aprendizado tanto a partir de livros, como de vivências. Sofreu para fazer essa descrição.

Rhayssa Dantas

A profissional é de Natal e mora no Rio de Janeiro – trabalha na área de contabilidade e turismo

Jéssica Ipólito – mostra artes belíssimas em Gorda e Sapatão, e escreve também nas Blogueiras Negras

Gorda, sapatão, negra, filha de mãe preta solteira e pai branco omisso. Fruto da miscigenação que veio para exaltar a negritude em seus diversos tons, porque eu sou dessas! No final de dezembro completo mais uma primavera. Saí do interior bem humilde em 2010, deixando minha mãe e familiares, para viver na capital de São Paulo sozinha. Eu só vim parar aqui por causa de uma mulher! Sapatão que sou, nem voltei para pegar minhas coisas que ficaram para trás. Loucura, alguns dizem, mas acredito que foi um passo no escuro que eu precisava dar. E assim cheguei aqui nessa cidade cinza e barulhenta, que me proporcionou dias terríveis que mal posso descrever. Hoje, já acostumei com o ritmo e entrei na dança, mas sinto que meus quadris já não rebolam como antes… Preciso de um outro ritmo para aprumar minha vida! Por enquanto, eu só desejo a passagem de ida enquanto procuro emprego, bico, freela, qualquer coisa que me gere renda. Então, se você aí quiser me indicar alguma vaga de emprego, algum bico de madrugada…  Fique à vontade! Estou precisada, mesmo! As pessoas acham que eu sou brava, mas a verdade é que eu não sou obrigada a corresponder a nada, e acho que ninguém deveria. Tem que saber chegar na humildade e respeito porque isso sempre vai ter recíproca de minha parte. Eu sou tranquila quando preciso, mas não poupo as palavras, cansei disso porque elas lotam o peito e adoecem a alma. Eu sou de riso frouxo, gargalhada estridente. Gosto de moda e por isso vivo inventando uma coisinha aqui e ali pra me enfeitar, também nessa onda, eu reinvento minhas roupas e misturo as cores. Aliás, algo muito importante sobre mim: eu AMO cores vibrantes, da roupa ao cabelo, do batom ao tênis. Eu sou dessas que ama ser colorida, rs… Gosto de usar muitas imagens porque a falta de representatividade ainda reina na mídia, e esse é um canal que vai transbordar representatividade no audio-visual. Faço questão, mesmo sabendo das dificuldades de encontrar fotos, desenhos, artes no geral que dialoguem no sentido de empoderamento do corpo gordo, que é diverso, não esmoreço diante disso, e sigo desde então priorizando a visilibilidade lésbica negra, o combate ao racismo, a luta contra a gordofobia, o feminismo também em foco.

Lola AronovichEscreva Lola

Sou professora da UFC, doutora em Literatura em Língua Inglesa pela UFSC e, na definição de um troll, ingrata com o patriarcado. Neste bloguinho não acadêmico falo de feminismo, cinema, literatura, política, mídia, bichinhos de estimação, maridão, combate a preconceitos, chocolate, e o que mais me der na telha. Apareça sempre e sinta-se em casa. Meu twitter também é bem movimentado.

Zilda Rodrigues Pavão

Deixou sua primeira filha assistir o parto humanizado que fez da irmãzinha mais nova e, hoje, aluna secundarista de escola pública ,Beatriz Pfau conseguiu junto com as adolescentes da escola expulsar um colega que insistia em assediar fisicamente e sexualmente a todas, além de se interessar nos rumos políticos do nosso país e pela qualidade da educação mostrando o quanto é importante o incentivo familiar.

Luíse Belloconsultoria para empresas sobre conteúdo para mulheres

Publicitária e fundadora do coletivo Think OLGA . Ela é diretora de comunicação do coletivo e gerente de conteúdo e comunidade da ONG. Este texto no foi publicado originalmente no blog pessoal Cronicamente Carioca fora do ar, mas replicado no Geledés: toda feminista é mal amada

O DOCUMENTÁRIO

Tecnologia, cinema, arte, texto literatura, jornalismo, crônicas, mídia social, economia criativa, inovação: como redes pessoais, interlocuções e argumento com trocas de ideias podem se tornar movimentos fora da rede virtual?

O filme foi apresentado por representante do Canal Futura e pela diretora da escola Irene Ferraz que logo convidou a equipe do documentário a um encontro com os alunos da escola pelo seu caráter disruptivo. “O Futura busca abordar temas sensíveis à sociedade, de forma a provocar uma reflexão mais profunda sobre questões urgentes. #EuVocêTodasNós aborda desde o aborto e o direito ao próprio corpo até os constantes casos de violência doméstica e abuso sexual num contexto de mobilização digital em torno dessas causas. A internet deu mais força à voz das mulheres, que querem e precisam ser ouvidas” disse João Alegria – gerente geral do Futura.

O título deste documentário foi escolhido justamente por expressar as várias camadas de subjetividade e multiplicidade que pode conter o conceito do feminismo. Ele procura apresentar algumas facetas de vertentes – consegue de forma muito didática mostrar e esclarecer que existem FEMINISMOS e formas de atuar: #euvocêtodasnós. Um dos diretores, Ellen Paes explica

Eu: sujeita individual, subjetiva, única e intransferível; Você: a outra, a quem eu respeito enquanto pessoa que difere/diverge de mim.  Todas: mulheres, diversas, heterogêneas, múltiplas.  Nós: coletivas, juntas.

Siga e ouça!

Álbum no Spotify com a maior parte das músicas inéditas e compostas especialmente para o filme. Rappers mulheres de vários estados do Brasil compõe a trilha sonora do documentário com a direção de Guto Guerra: BrisaFlow, Sinta A Liga CREW, Aika Cortez, Helena D’Tróia, Yas Werneck, Taisa Machado e Flaviane Silva, Inuvik.

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QUEM FEZ? Conheça parte da equipe

PAULA LAGOEIRO – cineasta com pós-graduação em mídias sociais é gerente de projetos da Coopas. Acumula sete anos de experiência na produção de programas e documentários para televisão com enfoque em saúde, meio ambiente, direitos humanos e políticas públicas; dirigiu a produção de curtas-metragens premiados em festivais de cinema. Ela também assinou a produção executiva de “De Volta”,  que em 2012 foi o vencedor do 3º pitching Futura, e depois finalista do Emmy em 2014.

ELLEN PAES – a jornalista e repórter televisiva atua na área de Saúde Pública desde 2009 e escreve desde 2007 com textos em vários blogs feministas e que falam de maternidade. Primeiro chamada como personagem, se interessou em integrar o projeto e foi convidada para dividir a direção do documentário com Rafael Figueiredo. Mãe da Valentina, que foi a pequena-grande divisora de águas entre o antes e depois do ativismo. Feminista negra, ativista pelos direitos da mulher, da mãe, da infância e dos direitos humanos. Escreve sobre questões de gênero, raciais, de sexualidade, comportamento e tudo o mais que faz parte do universo materno. Pedimos e ela indicou coletivos para mães que querem integrar estas redes no Rio de Janeiro: Coletivo Negra Mãe (100 mães negras e crescendo); Mães e crias na luta

RAFAEL FIGUEIREDO – diretor de televisão e cinema com mestrado em Comunicação é coordenador do Núcleo de Cinema e Vídeo da Coopas. Foi professor de direção no Curso de Realização Audiovisual da UNISINOS/RS de 2005 a 2008. Foi diretor do finalista do Emmy em 2014 “De Volta”,  feito também em parceria com o Futura. Dirigiu A peste da Janice, curta em 35mm premiado nos festivais de Gramado, Bahia, Cartagena e Huelva. Em 2009, Groelândia, melhor filme no Festival Iberoamericano de Huelva e no Festival de Artes Audiovisuais de La Plata. Dirigiu comerciais e institucionais as séries RS – Um século de história e SC – 100 anos de história; séries de ficção e de documentário para o Núcleo de Especiais da RBS TV (séries Mundo Grande do Sul, A Ferro e Fogo, Conquista do Oeste, Ordem e Progresso, 5 vezes Erico, Sete pecados, Viajantes, Fundo do Mar, Mulheres em Transe). Idealizou e dirigiu a série Primeira Geração – finalista de “minissérie” do New York Festivals 2009 TV Programming & Promotion.

[daqui em diante SPOILER, mas cada mulher maravilhosa que deu depoimento brilha  <3 ]

O documentário inicia com o questionamento: O que é ser mulher? Como isto se reflete no que faz na internet? E fecha com outra pergunta: e em 50 anos as mulheres estarão lutando ainda pelas mesmas coisas?

Militante que escreve no Blogueiras Negras e trabalha com arte é Jéssica Ipólito que através do site pessoal Gorda e Sapatão discute racismo, lesbianidade, feminismo; compartilha imagens fora do padrão imposto de beleza e reflete sobre o que consideramos bonito dando visibilidade e empoderamento a muitas mulheres que possuem problemas com gordofóbicos. Nathalia Grilo fala sobre periferia, luto e solidão da mulher negra, se expressa também através da sua arte resgatando o uso de palavras da cultura africana através de oficinas de oralidade e tradição utilizando Antropologia, História e Arte-Educação através de imagens dos mercados e registro dos sons, cheiros e cores das feiras livres com artesãs e micro e pequenas empreendedoras negras independentes formando uma rede com o Movimento Elegbá Ojà. Rhayssa Dantas não se considerava feminista e negra… se descobriu e assumiu após sofrer discriminação e conversar com colegas próximas sobre o assunto.

Temos depoimentos de referências na internet Lola Aronovich do blog Escreva Lola Escreva e Lúcia Freitas do Luluzinhacamp que estão com estes blogs desde 2008. Lola Aronovich é referência sobre feminismo online, escreve também sobre cinema e política; e atua professora universitária de Literatura em Língua Inglesa e Lúcia Freitas é jornalista e iniciou o grupo no Google com mais de 300 profissionais de várias áreas – o mote inicial era agrupar mulheres que trabalhavam com tecnologia, mas depois se ampliou e com participação colaborativa e voluntária: aprendizado sobre ferramentas tecnológicas e seus usos, políticas de saúde e educação, sustentabilidade e a presença feminina no mercado de trabalho novas oportunidades de formação em algumas cidades brasileiras onde as participantes estão presentes e apresentam seus projetos profissionais, trocam ideias sobre empreendedorismo cidadão, sustentável ou quais as melhores formas de se recolocar no mercado de trabalho com um novo mindset colaborativo e hacker – muitos destaques e projetos digitais inovadores surgiram e ainda surgem dentro do grupo, além de parcerias.

Ellen Paes fala que a militância no feminismo negro tornou-se mais ativa quando engravidou e teve que lutar muito para conseguir o parto humanizado (algo que deveria ser a primeira opção, mas infelizmente médicos dificultam muito o acesso); assim como Lo Res faz com outras cinco mulheres o canal de videolog Sapa À Tona que fala sobre ser mãe e lésbica; e exclusão no mercado de trabalho e as alternativas que as mães podem encontrar frente a este obstáculo. Zilda Pavão deixou sua primeira filha assistir o parto humanizado que fez da irmã mais nova e hoje, aluna secundarista de escola pública Beatriz troca ideias sobre feminismo com a mãe e fala da emoção, importância em vivenciar o momento do parto em casa.

Rosa Luz rapper e estudante universitária fala sobre o conceito do transfeminismo, como a internet é importante para resistir e denunciar violências a que são expostas as pessoas trans; para criar também um ambiente seguro para si e outras o casal militante Larel Costa e Mari Lopes adotou a ideologia de tentar conviver o máximo possível mais com mulheres, e também priorizar consumo de serviços e negócios de empreendedoras.

Com milhares de seguidores e incentivando um grande público com publicações sobre feminismo Thaysa Malaquias do coletivo Não Me Kahlo fundado em 2014 e que criou a hastag #meuamigosecreto – que já virou livro com reflexões aprofundadas e embasadas. A militante mostra sobre a necessidade do chamado feminismo interseccional – chamado assim quando ativistas negras mostraram pela primeira vez a importância dos recortes sociais, raciais e culturais nos anos 70. O coletivo quer ampliar o trabalho e fundar uma associação civil que com certeza terá apoio dos seguidores da página que hoje chegam a 1 milhão e duzentos mil no faceboook. Luíse Bello do coletivo Think Olga que também tem grande repercussão e fizeram muitas jovens se engajar mais no feminismo afirma que não é contraditório estar dentro de uma igreja com denominação cristã e ser feminista. O coletivo criado por Juliana de Farias em 2013 quer empoderar e informar as mulheres foi responsável pela campanha chega de fiufiu que este ano vira filme, e pela hastag #MeuPrimeiroAssédio – que pelos mais de 80 mil relatos e revelou um dado alarmante: a média de idade do primeiro assédio no Brasil é de 9,7 anos. Muitas das mulheres que participam das diversas campanhas de hastags já foram agredidas fisicamente e só conseguem enviar seus depoimentos de forma anônima, pois estão frágeis em demasia e poderão sofrer novamente violências caso publiquem abertamente.