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Para perder medidas e ganhar apetite sexual

[N.E.: ano passado a Beth Vieira mandou esse artigo para ser publicado aqui no LuluzinhaCamp. Ele é resultado do trabalho sempre maravilhoso de nossa webwriter e, infelizmente, ficou mais tempo do que deveria na minha caixa de e-mails. Agora está acertado: a Beth será uma de nossas escritoras e editoras aqui. Preparem-se, mulheres.]

Ponzu Noodle Bowl 

Não sou sexóloga, nem chef de cuisine, mas depois de estar envolvida com projetos, blogs e sites ligados à sexualidade e erotismo há tantos anos, posso dizer que me tornei uma expert autodidata no assunto gastronomia e erotismo. Adoro estar inteirada sobre os alimentos mais interessantes para temperar a vida sexual das pessoas (sobretudo a minha) e principalmente seus efeitos, é algo que só não me dá mais prazer que seus resultados. Afinal, comer bem e ser bem comida só faz bem.

 

Comida Saudável + Vida Sexual

 

Antes de tudo, afrodisíaca sempre é a intenção. Café e torradas servidos com carinho após uma noite maravilhosa, recarregam tanto as energias, nos preparando para mais um round de amor e sexo, quanto qualquer dieta balanceada especificamente montada para ajudar em uma performance sexual nota 10.

Ainda assim é fato que alguns alimentos não só fazem bem ao nosso organismo, como ainda provocam efeitos que realmente ajudam a dar mais disposição e ajudar na performance sexual sim!

Separei para este post 5 dicas de alimentos saudáveis que aumentam o apetite sexual. Depois de ler, você nunca mais fará sua feira sem segundas intenções… 🙂

 

  1. Banana – A forma da banana já é extremamente sugestiva, um símbolo fálico, sem dúvida. No entanto, não bastasse toda sugestão e delícia, a fruta ainda tem poderes estimulantes. Rica em potássio, mineral eficaz para a manutenção e aumento de resistência muscular (imprescindível para um bom orgasmo), além de evitar cãibras durante seus malabarismos eróticos. Para completar, assim como o chocolate, a banana ajuda a ativar a produção de serotonina em nosso organismo, uma das químicas da felicidade.
  2. Aveia – Se o mundo bem soubesse já teria incorporado há tempos a aveia integral na alimentação. além de ajudar no emagrecimento, funcionando como uma espécie de esponja anti-colesterol e diminuir o stress e fadiga graças à avenina, o alimento é rico em vitaminas e fibras, estudos mostram que ela aumenta os níveis de testosterona em nosso organismo, aumentando o desejo sexual. Oba!
  3. Mel – Altamente saudável e afrodisíaco, do aroma ao sabor, a alta presença de vitaminas do complexo B e C e de minerais do pólen das flores, estimula a produção de hormônios sexuais. Quando aliado à canela, outro estimulante da libido, este que já é uma delícia, torna-se ainda mais irresistível.
  4. Aspargos – Outro símbolo fálico, mas que seu sucesso não se deve apenas à forma. Além de serem deliciosos, escondem poderosos elementos afrodisíacos. Como o folato, uma vitamina B que é extremamente eficiente no aumento dos níveis de sangue na histamina, neurotransmissor que é expert em ajudar as mulheres a atingirem o orgasmo.
  5. Peixes – Além de saborosos, o salmão e o atum são perfeitos quando a intenção é estimular a libido. São ricos em ácidos graxos essenciais para a formação dos hormônios e ômega 3, gordura nutritiva que assegura a produção contínua de hormônios sexuais… Não é `toa que muitos dizem que comida japonesa, que usa muito peixe em sua base, é afrodisíaca

foto: Sarah R via Compfight

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Histórias Íntimas

No Brasil, durante o fim do século XIX, a parte do corpo da mulher que era o maior fetiche eram os pés. Como eles eram as únicas partes que ficavam descobertas, os homens enlouqueciam olhando tamanhos, dedinhos e afins. Ninguém prestava muita atenção nos seios femininos. Há toda uma construção social sobre nossos desejos, sobre o que achamos bonito ou excitante. O erotismo muda através dos tempos, o que infelizmente permanece é o controle do prazer sexual. A idéia de que sexo é algo pecaminoso e que a virgindade feminina é um trófeu também são construções do nosso imaginário erótico social.

E é sempre sobre a mulher que o controle é exercido com maior rigidez. Até hoje há mulheres que são criadas para casar, terem relações sexuais apenas com um homem durante toda a vida e terem muitos filhos. Prazer no sexo? Nem pensar. O homem pode ter suas fantasias proibidas com mulheres fora de casa, enquanto o valor da mulher é medido pelo seu recato. Não parece ser à toa que vemos tantas mulheres saindo ás ruas pelo mundo em Slutwalks, lutando pelo direito de serem donas de seus corpos.

No livro Histórias Íntimas, a historiadora e escritora Mary Del Priore, apresenta um interessante panorama da construção do erotismo brasileiro desde o período do Brasil Colônia, até os dias atuais em que o divórcio é tão comum e o sexo alcança nosso olhar em todos os lugares. A leitura é muito prazerosa, para fazermos um trocadilho. A escrita é clara e pontua algumas reflexões. A única coisa que realmente senti falta foi ver mais sobre o impacto da pornografia em nossa sexualidade. Em uma entrevista Mary Del Priore fala um pouco sobre isso:

Os seios ganharam importância quando a lingerie começou a se difundir, no século 20. Antes, a roupa íntima da mulher era uma sobreposição de saias compridas, repletas de botões e laços. Despir-se era complexo. A lingerie levou o olhar do homem para uma parte do corpo feminino até então vista como meramente funcional, chamadas de “aparelhos de lactação”. Mas a grande moda dos seios veio mesmo na década de 1950, com o cinema americano, a Playboy e a Marilyn Monroe.

Fica a dica de um bom livro para curtir nas férias e pensar sobre como a economia, a industrialização e os hábitos de higiene afetaram a maneira como encaramos o sexo e o prazer. Há vários momentos do livro em que rimos para não chorar de tantas bobagens já impostas as pessoas quando se fala de sexo. Deixo um trecho como exemplo:

Assim, o homem era responsável por uma tripla função: combinar a reserva espermática, a fecundação vigorosa e evitar a volúpia da parceira. O risco? Sem esse coquetel, o coito podia detonar “furores uterinos” — forças adormecidas nas mulheres normais, mas que eram reveladas por ninfômanas e histéticas.

Nos anos 1840-1850, dois médicos franceses, Pouchet e Négrier, descobrem os mecanismos da ovulação. A mulher deixou de ser considerada uma simples portadora de ovos para fazer parte da Criação. Mas ela pagou um alto preço por isso. A espontaneidade da ovulação tornava inútil o orgasmo. Só a ejaculação masculina era indispensável. Por décadas, os homens puderam esquecer as reações de suas parceiras. A necessidade de prazer lhes era oficialmente negada. Um ou outro doutor mais sensível invocava a possibilidade de as esposas gozarem. Mas apenas como garantia contra a infidelidade. Era o medo do adultério que permitia um número maior de carícias.

Histórias Íntimas de Mary Del Priore, páginas 80-81.