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Missão de vida

Bianca sempre tem um sorriso no rosto. Nos conhecemos há anos e anos atrás, em uma sala de sapateado. Lembro como se fosse hoje de uma cena durante uma aula de interpretação: Bianca, olhando para o chão, dialogava com um esparadrapo como se fosse seu melhor amigo. Parecia realmente uma conversa com um conhecido antigo, com a empolgação típica de quem nasceu em Recife. “Essa menina é boa”, pensei. E eu estava certa. Pernambucana, morou em São Paulo por muitos anos, onde virou sapateadora e professora de dança. Acabou voltando pro Recife ao casar, mesmo sabendo que o sapateado por lá não recebia muito incentivo. Foi guerreira. E botou na cabeça que sua missão era mostrar que o sapateado é acessível a todos. Desde que se mudou, dá aula em comunidades carentes levando a linguagem do sapateado americano aos mestres do frevo. Em alguns projetos conseguiu o incentivo de lei, em outros insistiu mesmo sem qualquer verba disponível. Ela sempre soube que ver o pessoal feliz com o sapateado e ganhar o carinho dos alunos seria muito mais rico do que o próprio dinheiro.

Fiz esse vídeo na minha última visita a Recife. A aula é dada no meio da rua. Os sapatos de sapateado estão gastos e com as chapinhas quebradas, mas a empolgação dos dançarinos compensa qualquer coisa. Emocionante que só. E pronto.

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Moda Para Todas

Esses dias as Luluzinhas estavam falando sobre blogs de moda e achei legal compartilhar algumas dicas aqui.

Muita gente acha que moda é pura futilidade, mas a coisa não é bem assim. Nosso vestuário reflete muito os costumes de um determinado período, afinal nossa mãe não se vestia como nós e nem temos mais as mesmas roupas que usávamos nos anos 80. Agora imagine o quanto de história há nos trajes da época do Brasil Imperio. O vestir-se é uma forma de linguagem. Moda hoje significa cultura e representação artística. Já falei um pouco sobre como a moda tem tudo a ver com cultura livre no post Mídia Social, Gênero e Cultura Livre. Hoje quero falar de dois blogs específicos que mostram que moda é para todas, especialmente para quem gosta de soltar a criatividade.

Pelo twitter da Revista TPM descobri o blog da Wendy, o Wendy’s Lookbook. Ela explica que busca inspiração em várias coisas como:  arte, natureza, cultura, arquitetura, comida, pessoas e músicas. Moda representa uma compilação de tudo isso, pois é um veículo para que ela possa brincar com formas e cores, descobrindo seu estilo pessoal. Além da moda, a Wendy é super engajada socialmente, sendo voluntária em programas de reabilitação de jovens infratores, pois ela sabe como é ter uma juventude difícil, batalhou muito para se graduar. Mas e aí, por que tô falando da Wendy? A razão dela estar aqui é um vídeo divertido em que ela ensina 25 maneiras de usar um lenço. Parece bobagem, mas pense naquele lenço bacanérrimo que está no seu armário e como ele pode mudar totalmente um visual. A Wendy te ensina isso num vídeo interativo.

E aí, gostou?

Minha segunda dica é o blog de uma francesa chamada Sakina, o Sak’s In The City. A Sak é uma mulher que tem curvas e ama moda. Na maioria das vezes, as gordinhas tem que rebolar para encontrar peças bacanas que estejam na moda. Muitas das lojas específicas ainda vendem roupas que ficariam ótimas em nossa avó, mas nem nós queremos ver nossas avós tão sem graça. A Sak também cria seu estilo a partir do lúdico, da mistura e do desejo de brincar com a moda. Instigando a criatividade e a novidade em novos looks. Seu trabalho é tão legal que ela se tornou colaboradora da Vogue sobre moda plus size. O que mais gosto nos looks da Sak é que sempre tem um detalhe que deixa o look super a cara dela, como um sapato de oncinha ou uma bota roxa. E ela promove encontros super festeiros com outras gordinhas que também amam moda, provando que todo mundo quer participar dessa brincadeira de se vestir.

Sakina em foto do seu blog Sak's In The City. Clique para abrir a galeria.

Essa é Sakina arrasando na pose do açucareiro. Chique, linda e fashion! Tenho ela como grande inspiração na hora de montar looks, porque é maravilhoso poder criar usando roupas confortáveis. Agora, não deixe de conhecer os blogs bacanas sobre moda e tendência de algumas Luluzinhas, feitos por várias mulheres que adoram moda:

[+] Chat Feminino da Anne Rego

[+] É Tudo Questão de Estilo da Pietra Sugiyama

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Ações e Campanhas

Contra a Homofobia!

Hoje, o post vem mais tarde porque pela manhã participei da II Marcha Nacional Contra a Homofobia, que contou com 5 mil pessoas. Marchamos contra a homofobia, o machismo e o racismo. Marchamos por um mundo mais igualitário e pelos direitos humanos. Marchamos para que a discriminação deixe de causar tanta violência em nosso pais.

Nosso Grito!
Nosso Grito! Imagem de Srta. Bia no Flickr, em CC

A homofobia não é um problema que afeta apenas a população LGBT. Ela diz respeito também ao tipo de sociedade que queremos construir. O Brasil só será um país democrático de fato se incorporar todas as pessoas à cidadania plena, sem nenhum tipo de discriminação. O reconhecimento e o respeito à diversidade e à pluralidade constituem um fundamento da democracia. Enquanto nosso país continuar negando direitos e discriminando lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais não teremos construído uma democracia digna desse nome.

Trecho do Manifesto da II Marcha Nacional Contra Homofobia

Tem Cura!
Homofobia, Machismo, Intolerância, Discriminação, Alienação, Sexismo, Ignorância, Preconceito TEM CURA! Foto de Srta. Bia no Flickr, em CC.

Uma das grandes comemorações da Marcha foi a recente decisão do STF que reconheceu a união estável entre homossexuais. As pessoas desceram em marcha até a frente do Supremo Tribunal Federal, estenderam a imensa bandeira arco-íris e se abraçaram numa grande manifestação de agradecimento. Uma vitória que nos enche de esperança.

Afinal,  se as pessoas de preferência heterossexual só podem se realizar ou ser felizes heterossexualmente, as de preferência homossexual seguem na mesma toada: só podem se realizar ou ser felizes homossexualmente. Ou “homoafetivamente”, como hoje em dia mais e mais se fala, talvez para retratar o relevante fato de que o século XXI já se marca pela preponderância da afetividade sobre a biologicidade.

Logo, é tão proibido discriminar as pessoas em razão da sua espécie masculina ou feminina quanto em função da respectiva preferência sexual. Numa frase: há um direito constitucional líquido e certo à isonomia entre homem e mulher: a) de não sofrer discriminação pelo fato em si da contraposta conformação anátomo-fisiológica; b) de fazer ou deixar de fazer uso da respectiva sexualidade; c) de, nas situações de uso emparceirado da sexualidade,  fazê-lo com pessoas adultas do mesmo sexo, ou não; quer dizer, assim como não assiste ao espécime masculino o direito de não ser juridicamente equiparado ao espécime feminino ? tirante suas diferenças  biológicas ?, também não assiste às pessoas heteroafetivas  o direito de se contrapor à sua equivalência jurídica perante  sujeitos homoafetivos. O que existe é precisamente o contrário: o direito da mulher a tratamento igualitário com os homens, assim como o direito dos homoafetivos a tratamento isonômico com os heteroafetivos.

Trechos do voto do Ministro do STF Ayres Brito.

Bandeira no Congresso Nacional
A Bandeira do Arco-íris em frente o Congresso Nacional. Foto de Srta. Bia no Flickr, em CC.

E lembre-se, você não precisa marchar nas ruas para lutar contra a homofobia e outros preconceitos. É sempre muito bom ir às ruas mostrar para os intolerantes que somos muitos, mas você também pode se informar e esclarecer outras pessoas. No caso da homofobia, conheça o PLC 122 e o programa Escola Sem Homofobia além de outras políticas públicas LGBT’s. Apoie, critique, discuta, mas sempre baseando-se em informações corretas, não em factóides que espalham mentiras e emperram nossa comunicação. O amor deve andar livre pelo mundo, junto com o respeito e a diversidade. Há um álbum no meu flickr com fotos do dia de hoje. E recomendo posts de outras Luluzinhas que também apóiam o amor e os direitos de todos os brasileiros serem felizes, sem exceção:

[+] Dia Internacional do Combate a Homofobia da Cintia Costa

[+] Dia Internacional do Combate à Homofobia da Monise, com bela seleção de bolos temáticos.

[+] Inspirações para casamento gay uma bela seleção de fotos feita pela Cintia Costa

[+] A polêmica da #UniãoHomoafetiva e #ChupaMalafaia da Evangelista

[+] PLC 122 – Você Precisa Conhecer! e 17 de maio: Dia Mundial e Nacional Contra a Homofobia +2 posts meus.

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Annie Leibovitz

Esses dias achei o documentário Annie Leibovitz – A Vida Através das Lentes. O subtítulo é como Annie define a vida de fotógrafa. Uma vida em que se fotografa da mesma maneira que outras pessoas comem e respiram. Um filme rápido (80 minutos) e bacana de se ver, pois entra na intimidade do trabalho e da família, é dirigido por Barbara Leibovitz, irmã de Annie. Fora que é muito interessante ver como foi a vida de uma pessoa tão criativa, como se desenvolveu até ser a grande fotógrafa que é hoje. O filme conta as histórias de muitas fotos famosas, além dse sua história de vida.

Annie nasceu numa grande família. Pai, mãe e 5 irmãos, ela é a terceira. Sua mãe sempre foi a grande documentarista da família, amava câmeras. Durante a Guerra do Vietnã, o pai militar foi morar nas Filipinas e carregou a família. Lá, como não tinha muito o que fazer, Annie se interessou por fotografia. Retornou aos Estados Unidos em 1967, para estudar no Instituto de Artes de São Francisco. A partir daí começou a trabalhar e viver intensamente os anos em que vários paradigmas foram quebrados. Tornou-se a principal fotógrafa da Rolling Stone e talvez seu ápice tenha sido a famosa foto de John e Yoko, feita poucas horas antes dele ser assassinado.

Capa da Revista Rolling Stone dez/1980. Foto de Annie Leibovitz.

Na revista Vanity Fair desenvolveu o estilo que a consagrou. Uma de suas capas mais famosas é da atriz Demi Moore grávida e nua. Essa imagem causou grande debate sobre o papel da mulher, seu corpo e a maternidade. Casou com a escritora e intelectual Susan Sontag, que lhe abriu novos caminhos, levando-a para documentar a Guerra da Bósnia em Sarajevo. Aos 50 anos decidiu ter filhos. Seus ídolos são Robert Frank, Cartier-Bresson, Barbara Morgan e Richard Avedon. Beatriz Feitler, designer e diretora de arte brasileira, foi uma grande influência em sua carreira, incentivando-a no desenvolvimento da técnica e no desejo de transcender, de criar um significado marcante para cada fotografia. Annie começou fotografando ídolos do rock em momentos íntimos, atualmente faz belíssimos editoriais de moda para a Revista Vogue.

Capa da Revista Vanity Fair ago/1991. Foto de Annie Leibovitz.

É bacana ver Annie fotografando, pesquisando, criando. Ela desenvolveu um estilo em que a pessoa tem que ser parte do que está acontecendo. Suas fotografias são narrativas. A criatividade é um processo de trabalho, não surge repentinamente, é resultado de pesquisa e aprimoramento do olhar. Quando Annie está focada nos pés de um bailarino ou no cabelo de uma celebridade, ela procura algo que seduza as pessoas, mas também algo que capte aquela mínima fração do tempo, um momento que nunca mais retornará. Em determinado momento, Annie diz: “A lente lhe dá direito de sair pelo mundo sozinha, mas com um propósito.”

Esse post convida você a exercitar sua veia fotográfica por aí e deixo como inspiração os portfolios de três talentosas fotógrafas Luluzinhas:

[+] Claudia Regina

[+] Gabi Butcher

[+] Natalie Gunji

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Maternidade das cavernas no Século XXI: eu não moro em Bedrock

Alerta: este artigo foi proposto pela Joana Coccarelli ao LuluzinhaCamp. Conversamos e decidimos que esta polêmica vale a pena. Use os comentários com todo o respeito, ok?

woman giving birth, de Travis S. em CC
cerâmica de uma mulher Nayarit em trabalho de parto

foto: Travis S., em CC

Virar mãe é ingressar na bolha do não dito. Goste a mulher ou não da experiência da gravidez, ela certamente viverá uma montanha (barriga?) de sensações que não se expressam em palavras. Nasce o bebê e lá se vão mais de dois anos até que ele comece a verbalizar-se de forma inteligível. Virar mãe é o esforço – às vezes, um simples dom – de operar com base em climas e tentativas. “Acho que é isso”, “É isso!”, “Não, não é”, “Vou tentar de novo”.

A via mais cruel dessa realidade é a da expectativa social, sempre tácita mas agressivamente vigilante e coerciva, principalmente em relação às mães que se reservam o direito de recusar a cartilha de especialistas e outras mães para “achar que é isso”, “tentar de novo” e, também, pensar nela própria. O senso comum, inconscientemente arraigado em todas as boas pessoas que nos cercam, repousa sobre a suposição freudiana da essência masoquista comum a toda mulher. Todos, em particular a grande maioria de mães, espera que novas mães enfrentem de bom grado e sem maiores choques os sacrifícios da maternidade. Na verdade, quanto mais sacrifício, melhor a mãe, e mais sortuda a criança. Não se adaptar às noites em claro, negociar anestesia durante o parto normal (ou mesmo eleger a cesariana de antemão), abrir mão do aleitamento ao seio e outros hábitos menores, como apelar para chupeta, contratar babá e preferir fraldas descartáveis às de pano são práticas hoje recebidas com reticências, narizes torcidos e sobrancelhas em pé em todos os círculos e níveis sociais – condenações veladas capazes de causar enorme insegurança às mães, principalmente as de primeira viagem.

Na contramão de um mundo cuja ordem do dia é a diversidade, vivemos a homogenia da maternidade naturalista, verde, de “volta às origens”, onde alternativas artificiais adotadas pela própria mãe para melhor se adaptar à estafante vida com o bebê são pessimamente vistas. O endeusamento de práticas como o parto normal à sangue frio (na Europa, a febre do parto em casa), amamentação exclusiva no peito, papinhas unicamente feitas em casa, cama compartilhada com os pais, horror a artifícios como chupetas e mamadeiras e a ressurreição das fraldas de pano levou a mãe do século XXI de volta para as cavernas, ignorando completamente o imenso choque que é passar de um ser humano autônomo para uma realidade Flinstones já no trabalho de parto. A transição de mulher para mãe sempre é pesada, mas não deveria ser esse pedregulho todo. Dizem que o compromisso é para com o bem-estar do bebê, mas se esquecem que a mãe continua sendo parte integrante do ser bebê por muitos meses, e seu mínimo bem-estar constitui em grande parte o do filho.

O inegável sexismo que acompanha o dogma naturalista fica ainda mais evidente quando mães em tempo integral se constrangem ao saber que outra mulher pretende, sim, voltar a trabalhar fora de casa. Ela não se constrange por ela própria dedicar indefinidamente todo seu tempo ao próprio filho (e a cozinhar papinhas, lavar centenas de fraldas de pano, etc), mas pela outra mãe, deixando subentendido que um tipo de abandono ou negligência está para acontecer. “O filho é visto como se não fosse um ser social ligado também ao pai, aos outros membros da família e da sociedade”, escreveu a filósofa Marcia Tiburi sobre o assunto.

É mais que evidente que há mulheres que se identificam genuinamente com tais métodos de maternidade; há nelas uma espécie de compreensão e complacência para com a dor e com a priorização da criança acima de qualquer coisa (mesmo que possivelmente a despeito dela própria e, conseqüentemente, de seu parceiro e vida profissional). O problema não é este. Existe todo tipo de gente, com todo tipo de preferência no mundo. O problema é a predominância brutal desse pequeno grupo sobre uma maioria esmagadora de mulheres que simplesmente não se encaixa nele. De modo que muitas delas o seguirão sob enorme risco de esvaziar o vínculo com o filho, já que não se sentem livres para buscar com ele um meio termo (uma mãe tranqüila é sinônimo de filho tranqüilo, já que houve separação de corpos mas não de afetos); muitas outras não agüentarão a barra mas mentirão, evitando a desaprovação geral; algumas chegarão a questionar a qualidade de seus sentimentos pela criança, uma vez que não fazem “nada certo”; e outras, como eu, serão vistas como mães rebeldes e insistirão que o método está sendo supervalorizado em detrimento do afeto; que o amor não está no mamilo de onde sai o leite, mas no coração que fica logo ali atrás, desmistificando a amamentação como única forma de criar vínculos afetivos “inestimáveis”. Forma não é afeto, embora possa vir a ser. Forma é essencialmente forma.

A noção absurda de que a mulher está inexoravelmente predestinada ao sofrimento está se confundindo com a idéia perigosa de “necessidade de sofrimento para a afirmação do ser mulher” – algo imoral no pós-feminismo. Sugiro que as militantes do parto em casa/ normal sem anestesia se alinhem completamente à ideologia passando a negar, também, medicamentos que aliviam cólicas, enxaquecas ou cirurgias invasivas mais sérias. Por que a dor é exclusividade da maternidade?

Temo que a tirania naturalista da maternidade esteja achatando uma das experiências mais multidimensionais que mães e filhos podem criar juntos. Dores excruciantes e sacrifícios sem limites estão roubando um espaço que também poderia conter muitos afetos únicos e contemplação de significados afirmativos – sem contar com a identidade da mulher que, passada a primeira infância do bebê, poderá revelar-se muito mais preciosa do que ela julgava quando dedicava-se ao filho e ao filho apenas.

Filho que, ao usufruir de práticas e atenções massivas e ininterruptas, corre grande risco de se tornar um pequeno egoísta, míni troglodita, Bambam e Pedrita do novo milênio, e não uma criança de fato mais saudável, adaptável, confiante e potencialmente feliz. Não seria essa a mais lamentável ironia da “maternidade volta às origens”?

Artigo escrito por Joana Coccarelli, carioca, jornalista, casada, mãe, 34 anos.
formada em comunicação social com mba em marketing.
colaboradora de inúmeros sites de cultura, comportamento e arte do eixo rio – s. paulo – recife, com destaque para os extintos mood (i-best), zuvuya, cabezamarginal e o ativo revistaogrito; e blogueira desde 2002.
artista plástica com foco em colagens, tendo participado de exposições e publicações impressas.