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#MulheresReaisqueInspiram Sonhar é possível

Este post é um publieditorial

Estive no 1º Fórum Mulheres Reais que Inspiram, promovido pelo portal Tempo de Mulher e pela Cross. Além de expor a minha careca mais profunda pela primeira vez em um evento, tive a oportunidade maravilhosa de conhecer de perto mulheres muito bacanas.

Pela primeira vez um evento mainstream cheio de conteúdo que fez pensar (muito) na vida e no que é ser mulher, na necessidade que temos, sim, do feminismo. Dove está de parabéns por patrocinar e tornar possível esta jornada.

Tudo começou com uma reportagem de Ana Paula Padrão com a menina Fátima. O sonho da moça é ver os Budas destruídos pelos selvagens reconstruídos – morando nas cavernas ali perto. E Fátima também foi vítima da sanha misógina dos Talebãs, que a enfiaram no forno tandoor (sempre quente) porque estava sozinha em casa. Isso foi aos 4 anos e até hoje, a adolescente carrega as queimaduras resultantes.

[parênteses: os líderes norte-americanos que incentivaram estes selvagens radicais deveriam, todos, tomar mil chibatadas para cada mulher morta, mutilada, maltrada, violentada, presa pelos Talebãs]

Em seguida ouvimos vice-presidente da Assembleia Nacional do Afeganistão, Fawzia Koofi. Antes de Fawzia contar as diferenças da vida feminina antes, durante e depois da chegada do Talebã. As diferenças ficam tão claras como em outras histórias que podem chegar até nós (um exemplo é o livro “O Livreiro de Cabul”). E há esperança, já que Fawzia tentará concorrer à presidência em 2014 e já está em campanha, com site e tudo: http://www.fawziakoofi.org/.

O bate-papo sobre beleza e bem-estar foi momento de abrir os olhos, graças à pesquisa da Dove. Pra pensar:

– em 2004, apenas 6% das entrevistadas se achavam belas. Em 2010, foram 14% – e o Brasil tem as maiores taxas de autoestima no mundo inteiro.

– 92% dizem que para se sentir bonita é preciso cuidar de si

– 91% acham que é preciso fazer o que realmente gosta

– 90% dizem que é preciso ser amada…

Pois, é… a grande conclusão da pesquisa é que autoestima é mais que beleza, tem a ver com o sentimento de pertencimento e inclusão – e é a forma mais simples de superar as barreiras étnicas e de classe. Detalhe: 57% das mulheres emergentes se dizem satisfeitas com seus corpos, contra 21% das mulheres das elites… #paradelerrevistafemininapovo!!!!

Ainda saiu muito mais caldo deste dia intenso, marcado pelas lindas fotos da Gabi Butcher (que você pode conferir na fanpage da Dove), mas também pela emoção de ouvir a Mina Ahadi, iraniana que milita pelo fim do apedrejamento, cuja palestra começou com… o som de um apedrejamento.

Como dissemos eu e Lili Ferrari: Mulher de verdade luta por todas as mulheres do mundo.

Por isso, no próximo dia 11 de julho, quarta-feira, teremos uma blogagem coletiva contra esta prática horrorosa. Nós já fizemos isso antes e vamos repetir a dose. Vem com a gente?


 

fotos: Gabi Butcher para Dove

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Mulheres que inspiram: amanhã em todos os nossos canais


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Amanhã, dia 2 de julho, estarei o dia todo no I Fórum Mulheres Reais que Inspiram. Produzido pelo portal Tempo de Mulher, da Ana Paula Padrão e patrocinado pela Dove, o encontro vai mostrar histórias bacanas de mulheres e como elas produziram mudanças positivas em cenários complexos.

Tudo será transmitido em tempo real na página da Dove no Facebook (quem mais patrocinaria algo assim?); no twitter da marca (@Dove_Brasil) e as hashtags oficiais serão #MulheresReaisQueInspiram e #Dove… (sim, eu prometo contar tudo, tanto no twitter @luluzinhacamp como no @lufreitas, fiquem tranquilas).

Nossa amada Gabi Butcher também estará por lá fazendo suas fotos sensacionais e registrando recados, com a gente gosta.

O cardápio de palestras será extenso (das 9 às 18h) e inclui três heroínas muito interessantes: Fawzia Koofi, política afegã, Maman Marie Nzoli, congolesa que fundou e dirige a ONG Coperma e Mina Ahadi, ativista iraniana que defende os direitos das mulheres.

No Afeganistão, uma menina cresce durante a guerra, sonha ser médica e se realiza trabalhando protegendo as crianças. Hoje luta para que outras meninas possam estudar e tem um sonho maior que poderá fazê-la entrar para a história. É a primeira mulher a concorrer à presidência de seu país.

Na esquecida República Democrática do Congo, uma mulher simples, dona de casa como milhões de outras, se levanta no meio da multidão para ajudar crianças e mulheres vítimas da guerra. Combate a cultura da violência sexual e o uso das crianças-soldados em conflitos.

No Irã, uma mulher é condenada ao apedrejamento pela acusação de trair o marido. Outra mulher, munida de coragem e acesso à internet, resolve mobilizar o mundo contra o ato de barbárie. As redes sociais a apóiam, a comunidade internacional se sensibiliza e pressiona o governo do país. A sentença é suspensa.

A iniciativa surgiu no portal de conteúdo Tempo de Mulher, comandado pela jornalista Ana Paula Padrão e o patrocínio é da Dove, que sempre investiu em mulheres reais.

Curtam a página da Dove e venham contar quem são as pessoas que te inspiram.

Até amanhã, mulherada.

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Descabele-se

Eu soube da notícia no dia 9 de março. A tarde estava linda, azul pintado de sol dourado. E eu me joguei no banco de trás do táxi e avisei: “moço eu vou chorar, não se assuste e me leve em tal endereço”. Sim, o laudo da biópsia era claro: carcinoma ductal invasivo. Em português claro: câncer de mama.

Desde o primeiro instante lembrei da Nuna, da sua barriga de grávida linda, da sua história que tinha publicado aqui. Câncer tem cura. Ops, cura não, remissão. Mas não é sentença de morte. Telefonei pra amiga, sosseguei um pouco e, desde então, ainda não chorei por causa disso de novo.

Assim começou o caminho da liberdade, como eu chamo.
Tod@s Junt@s

Passei por duas cirurgias. Já comecei a fazer a quimio e tinha vontade nenhuma de compartilhar esta história em público. Até que…

Dia 7 de junho. Um frio que até no Uruguai seria considerado frio. Feriado. Aniversário do Drew. E a gente tinha escolhido: dia de ficar careca. A gente quer dizer eu e a tropa de choque: Letícia, Gabi Butcher e Denize Barros. O trio veio, armado de amor, carinho, delicadeza e alegria, pra me ajudar a encarar o inevitável.

Lu e Lê

Tudo começou com o título Careca is Beautiful. Só que a gente também gosta de bom português (inglês é bom pra zoar em piada interna). Eu parei quando uma das três falou “aí a gente publica”… Como assim, gente? Não, eu não quero contar pro mundo não, a blogosfera tá um osso só, eu tô a fim é de amor…

E, ao longo da sessão daquela tarde fria, eu ri, fiquei séria, me deixei levar e cuidar. E ali brotou o Descabeladas. Que é um hino à amizade, ao amor, ao carinho, a enfrentar com alegria e firmeza os momentos difíceis. Juntas.

E é isso. Conheçam o site, a minha história – que também está no Ladybug, como tem que ser – e a história dest@s amig@s queridas. O meu maior sorriso, ao fim, é pra vida. Que vem aos borbotões e nos coloca de frente pra nós mesmos sem prévio aviso. E que cada um encara como pode.

No meu caso é assim: na risada, no desafio, escondendo as minhas fraquezas como posso. E sabedora de que todo mundo as vê! 😀

Portanto, povo fêmea, vocês já sabem: em outubro, mais que rosa, vamos conversar muito pra ter saúde e pensar na vida. Enquanto isso, eu publico a história do câncer lá no Mamografia é Vida. Assinem e acompanhem…

Um segundo pra agradecer aqui ao Andrew e à Rebecca pelo carinho. Amo vocês, seus LINDOS!

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Ações e Campanhas

Marcha das Vadias 2012

Muitas Luluzinhas estiveram na Marcha das Vadias do ano passado. Foi muito importante ver tantas mulheres saindo as ruas em várias cidades do país. Porém, é importante que esse movimento não cesse. A violência contra as mulheres ainda é grande em nosso país. O desrespeito e a falta de liberdade também.

De acordo com dados do Mapa da Violência 2012, entre 87 países, o Brasil é o 7º que mais mata mulheres. São 4,4 assassinatos em cada grupo de 100 mil mulheres. A cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil. E a maioria dessa violência é praticada não por estranhos, mas por maridos, namorados e familiares.

Cartaz da Campanha "Feminista por quê?" da Marcha das Vadias do DF. Confira mais fotos no tumblr: feministaporque.tumblr.com

Assassinatos parecem distante de nossa realidade, mas o que dizer da violência diária. Uma mulher sozinha no ponto de ônibus de uma grande cidade constantemente ouve gracejos, vê carros diminuirem a velocidade, é abordada apenas por ser mulher. Sabemos que somos abordadas até quando estamos completamente descabeladas fazendo cooper com camiseta de vereador na rua. Sabemos que nossa roupa não é convite para nada. Podemos sim nos vestir de maneira sensual para ir a uma balada, mas ninguém tem o direito de nos violentar por isso.

Rhanna Diógenes, 19 anos, teve o braço quebrado numa boate em Natal – RN, porque recusou-se a dar um beijo em um rapaz, que pagou a conta e foi embora. Hoje, ela tem duas placas de titânio no antebraço. É muito comum na balada termos nossos cabelos puxados, braços segurados com força por desconhecidos que dizem querer conversar conosco, mas que algumas vezes não aceitam ‘não’ como resposta.

Em Queimadas – PB, cinco mulheres foram estupradas, duas delas assassinadas. Michelle Domingos da Silva, 29 anos e Isabella Jussara Frazão Monteiro, 27 anos, foram mortas porque reconheceram os estupradores. Os criminosos eram amigos e parentes das vítimas. O estupro coletivo foi um presente de aniversário de um irmão para outro.

Além desses casos há a lesbofobia, ahomofobia, a transfobia e o racismo. Sempre que um homem é chamado de “afeminado” o preconceito e a misoginia estão presentes. Lésbicas sofrem com estupros corretivos porque “nunca provaram o que é um homem de verdade”. Transexuais são espancadas e chamadas de aberrações. Negras são xingadas quando trabalham porque ““não deveriam estar lidando com gente, deveriam estar na África, cuidando de orangotangos”.

A violência mostra-se de diferentes formas para todas as mulheres, algumas a sentem muito mais que outras, mas todas podemos ser chamadas de vadias. Basta negar um beijo em uma boate, usar uma saia curta, exprimir nossa sexualidade, ter uma sexualidade diferente da heteronormativa, desejar ser de um sexo diferente do designado ao nascer ou ser de uma raça diferente da branca dominante.

É por isso que marchamos e convidamos você a marchar conosco. Pelo fim da violência contra a mulher e pelo fim da culpabilização das vítimas em casos de violência sexual. Ao nos apropriarmos do termo “vadia” ressignificamos uma palavra que existe para ferir as mulheres. Essa palavra não mais nos ofende, porque se ser vadia é ser livre, então somos todas vadias.

Em 2012, as vadias saem às ruas no dia 26 de maio, numa grande marcha nacional. Confira no Calendário das Marchas ou no Facebook onde e quando será a Marcha das Vadias mais próxima de você.

[+] Carta Manifesto da Marcha das Vadias/DF 2012

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Porque o LuluzinhaCamp é um verdadeiro exemplo de companheirismo

LuluzinhaCamp _ slide da apresentação da Simone

No mês de março recebi de um amigo um convite: falar a alguns membros do Rotary Club sobre como as novas mídias podem ser usadas para fins sociais. Eu dei a minha levantadinha de sobrancelha característica quando gosto de uma ideia e já começo a desenhar um projeto em minha cabeça. É claro que eu topei.

A principal orientação era que eu deveria abordar exemplos de companherismos já que, para quem não conhece, essa é a principal forma do Rotary Club mundial atuar nas mais diversas áreas, capitaneando os mais diferentes projetos.

Eu, confesso, conhecia pouco do que o Rotary realmente era, mas imaginei que o grupo seria bem diferente das pessoas com quem convivo nas mídias e optei por uma apresentação em que eu falava do que são essas mídias, quais as principais hoje em dia e de que maneira elas podem ser usadas para a coordenação de ações.

E o companheirismo? Ah, essa parte foi fácil: escolhi o LuluzinhaCamp como “case de sucesso”. E mal sabia eu que tinha escolhido algo que para eles fosse tão fácil de entender. O Rotary surgiu de 4 amigos que resolveram criar um grupo com reuniões periódicas que permitisse um ajudar o outro em suas áreas de conhecimento ou atuação.

O LuluzinhaCamp surgiu da vontade de três mulheres em trocar experiências e ajudar outras mulheres no mundo virtual. E, assim como aconteceu no Rotary, essa ideia inicial ficou muito maior do que elas imaginavam e hoje existe esse grupo que se compartilha experiências, não só sobre twitter, Facebook e afins, mas sobre desafios pessoais e profissionais, se parabeniza pelas conquistas realizadas, ouve os problemas e dúvidas, tenta ajudar no que for possível.

Num mundo em que cada vez mais o individualismo se destaca, em que é tão fácil deixar de enxergar o outro, integrar um grupo como esse é um privilégio muito grande.

Assim como foi um privilégio muito grande poder falar de tudo isso para um grupo que é tão unido de forma presencial, mas que tão pouco conhece das redes. Me senti honrada em poder compartilhar o que para mim é experiência diária. Até porque, aprendizado é isso mesmo, contar um pouco do que sei e levar um pouco dos que estiveram lá comigo.

Ah, também valeu como lembrete de que no mundo “lá fora” ainda tem muita gente que não sabe e não conhece a força do que acontece “aqui dentro” e que pode tornar esse lado de cá ainda mais rico.