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Maternidade das cavernas no Século XXI: eu não moro em Bedrock

A face mais cruel da maternidade é a expectativa social, sempre tácita, mas agressivamente vigilante e coerciva, principalmente se a mulher resolve fazer do seu jeito.

Alerta: este artigo foi proposto pela Joana Coccarelli ao LuluzinhaCamp. Conversamos e decidimos que esta polêmica vale a pena. Use os comentários com todo o respeito, ok?

woman giving birth, de Travis S. em CC
cerâmica de uma mulher Nayarit em trabalho de parto

foto: Travis S., em CC

Virar mãe é ingressar na bolha do não dito. Goste a mulher ou não da experiência da gravidez, ela certamente viverá uma montanha (barriga?) de sensações que não se expressam em palavras. Nasce o bebê e lá se vão mais de dois anos até que ele comece a verbalizar-se de forma inteligível. Virar mãe é o esforço – às vezes, um simples dom – de operar com base em climas e tentativas. “Acho que é isso”, “É isso!”, “Não, não é”, “Vou tentar de novo”.

A via mais cruel dessa realidade é a da expectativa social, sempre tácita mas agressivamente vigilante e coerciva, principalmente em relação às mães que se reservam o direito de recusar a cartilha de especialistas e outras mães para “achar que é isso”, “tentar de novo” e, também, pensar nela própria. O senso comum, inconscientemente arraigado em todas as boas pessoas que nos cercam, repousa sobre a suposição freudiana da essência masoquista comum a toda mulher. Todos, em particular a grande maioria de mães, espera que novas mães enfrentem de bom grado e sem maiores choques os sacrifícios da maternidade. Na verdade, quanto mais sacrifício, melhor a mãe, e mais sortuda a criança. Não se adaptar às noites em claro, negociar anestesia durante o parto normal (ou mesmo eleger a cesariana de antemão), abrir mão do aleitamento ao seio e outros hábitos menores, como apelar para chupeta, contratar babá e preferir fraldas descartáveis às de pano são práticas hoje recebidas com reticências, narizes torcidos e sobrancelhas em pé em todos os círculos e níveis sociais – condenações veladas capazes de causar enorme insegurança às mães, principalmente as de primeira viagem.

Na contramão de um mundo cuja ordem do dia é a diversidade, vivemos a homogenia da maternidade naturalista, verde, de “volta às origens”, onde alternativas artificiais adotadas pela própria mãe para melhor se adaptar à estafante vida com o bebê são pessimamente vistas. O endeusamento de práticas como o parto normal à sangue frio (na Europa, a febre do parto em casa), amamentação exclusiva no peito, papinhas unicamente feitas em casa, cama compartilhada com os pais, horror a artifícios como chupetas e mamadeiras e a ressurreição das fraldas de pano levou a mãe do século XXI de volta para as cavernas, ignorando completamente o imenso choque que é passar de um ser humano autônomo para uma realidade Flinstones já no trabalho de parto. A transição de mulher para mãe sempre é pesada, mas não deveria ser esse pedregulho todo. Dizem que o compromisso é para com o bem-estar do bebê, mas se esquecem que a mãe continua sendo parte integrante do ser bebê por muitos meses, e seu mínimo bem-estar constitui em grande parte o do filho.

O inegável sexismo que acompanha o dogma naturalista fica ainda mais evidente quando mães em tempo integral se constrangem ao saber que outra mulher pretende, sim, voltar a trabalhar fora de casa. Ela não se constrange por ela própria dedicar indefinidamente todo seu tempo ao próprio filho (e a cozinhar papinhas, lavar centenas de fraldas de pano, etc), mas pela outra mãe, deixando subentendido que um tipo de abandono ou negligência está para acontecer. “O filho é visto como se não fosse um ser social ligado também ao pai, aos outros membros da família e da sociedade”, escreveu a filósofa Marcia Tiburi sobre o assunto.

É mais que evidente que há mulheres que se identificam genuinamente com tais métodos de maternidade; há nelas uma espécie de compreensão e complacência para com a dor e com a priorização da criança acima de qualquer coisa (mesmo que possivelmente a despeito dela própria e, conseqüentemente, de seu parceiro e vida profissional). O problema não é este. Existe todo tipo de gente, com todo tipo de preferência no mundo. O problema é a predominância brutal desse pequeno grupo sobre uma maioria esmagadora de mulheres que simplesmente não se encaixa nele. De modo que muitas delas o seguirão sob enorme risco de esvaziar o vínculo com o filho, já que não se sentem livres para buscar com ele um meio termo (uma mãe tranqüila é sinônimo de filho tranqüilo, já que houve separação de corpos mas não de afetos); muitas outras não agüentarão a barra mas mentirão, evitando a desaprovação geral; algumas chegarão a questionar a qualidade de seus sentimentos pela criança, uma vez que não fazem “nada certo”; e outras, como eu, serão vistas como mães rebeldes e insistirão que o método está sendo supervalorizado em detrimento do afeto; que o amor não está no mamilo de onde sai o leite, mas no coração que fica logo ali atrás, desmistificando a amamentação como única forma de criar vínculos afetivos “inestimáveis”. Forma não é afeto, embora possa vir a ser. Forma é essencialmente forma.

A noção absurda de que a mulher está inexoravelmente predestinada ao sofrimento está se confundindo com a idéia perigosa de “necessidade de sofrimento para a afirmação do ser mulher” – algo imoral no pós-feminismo. Sugiro que as militantes do parto em casa/ normal sem anestesia se alinhem completamente à ideologia passando a negar, também, medicamentos que aliviam cólicas, enxaquecas ou cirurgias invasivas mais sérias. Por que a dor é exclusividade da maternidade?

Temo que a tirania naturalista da maternidade esteja achatando uma das experiências mais multidimensionais que mães e filhos podem criar juntos. Dores excruciantes e sacrifícios sem limites estão roubando um espaço que também poderia conter muitos afetos únicos e contemplação de significados afirmativos – sem contar com a identidade da mulher que, passada a primeira infância do bebê, poderá revelar-se muito mais preciosa do que ela julgava quando dedicava-se ao filho e ao filho apenas.

Filho que, ao usufruir de práticas e atenções massivas e ininterruptas, corre grande risco de se tornar um pequeno egoísta, míni troglodita, Bambam e Pedrita do novo milênio, e não uma criança de fato mais saudável, adaptável, confiante e potencialmente feliz. Não seria essa a mais lamentável ironia da “maternidade volta às origens”?

Artigo escrito por Joana Coccarelli, carioca, jornalista, casada, mãe, 34 anos.
formada em comunicação social com mba em marketing.
colaboradora de inúmeros sites de cultura, comportamento e arte do eixo rio – s. paulo – recife, com destaque para os extintos mood (i-best), zuvuya, cabezamarginal e o ativo revistaogrito; e blogueira desde 2002.
artista plástica com foco em colagens, tendo participado de exposições e publicações impressas.

57 respostas em “Maternidade das cavernas no Século XXI: eu não moro em Bedrock”

Concordo plenamente contigo.Inclusive,vi no começo da semana uma reportagem sobre esses partos naturais e achei demais pra minha cabeça.Ha mulheres que ficam em pé,ajoelhadas na hora do parto.E todo mundo achando lindo.Se ela tem uma complicação,fica dificil,pois em partos assim,raramente ha medicos por perto.Outra coisa que me deixa irritada é a obrigação que a mulher tem que ter de ser dona de casa e mãe,é como se estivesse iraizado em nosso dna.Eu não acho certo,por isso vivo questinando.Abraço e parabens ao site

Concordo plenamente, Joana! Estes extremismos não cabem à mulher pós-feminismo (e inclusive é mto contraditório que justamente aquelas que antes levantaram a bandeira do feminismo agora levantem esta do naturalismo extremo; contrariando a filosofia de preservar a independência profissional da mulher, por exemplo). Estes extremismos não cabem ainda à cabeça da mulher comum, que se vira pra lidar com seu constante processo de culpa; culpa esta que independe de crenças, mas de pressões externas, do próprio senso de maternidade e da expectativa de ser uma boa mãe. É como se a mulher tivesse que enfrentar sozinha todas as angústias do desconhecido bicho-papão ‘ser mãe’, e ainda ter respostas exatas para qualquer situação; ou ter que acertar em tudo! Este papel é muito complexo e a mãe de primeira viagem já se questiona o bastante (e se culpa tb) por estar ou não fazendo o certo, ou o suficiente.

Aderir a estes modismos sacrificantes tornam a maternidade um fardo, ao invés de uma experiência espontânea e adaptada à realidade de cada mulher. Temos que nos confortar com as histórias de mulheres que, se apropriando ou não de quaisquer recursos disponíveis, foram ou têm sido boas mães, de tempos ancestrais aos atuais. E cada uma do seu jeito, errando e acertando, mas dando o melhor de si e à maneira que pode.

Parabéns, mamães!!!

Vou discordar.Não acho ainda que esse grupo “naturalista” esteja tão em alta à ponto de oprimir as outras mães.Nem acho a ideologia do grupo sexista.Muito pelo contrário.Sexista é a ideologia da maternidade “artificial”,onde médicos,indústria,governos e o escambau não cessam de repetir que a mãe não sabe nada sobre o bebê.Pensem bem,quem lucra com a idéia de que o parto é doloroso? com certeza não à saúde física e mental das mulheres.Mas os médicos que recebem a grana da cesariana sim.Idem pra essas indústrias de leite e alimentos infantis.Acho que a opção naturalista pode ser uma maneira de emponderar a mulher.pra dar a luz em casa e amamentar você precisa conhecer o seu corpo.Isso proporciona autonomia e poder.Uma mulher que conhece o próprio corpo vai ficar menos vulnerável a um médico açougueiro que só tá interessado no dinheiro que vai ganhar do plano de saúde quando fizer uma desnecesárea nela.Fora que isso de fugir da dor é problemático.Fazendo uma cesárea se evita a dor na hora,mas quem disse que o pós-operatório é indolor?
Eu acho que impor qualquer tipo de maternidade é opressivo para a mulher,mas não me parece nem pareceu em nenhum momento que o “movimento naturalista” buscasse isso.Muito pelo contrário,sempre me pareceu uma proposta de opção.De esclarecer as mulheres sobre os processos que elas estão passando para que elas possam afinal decidir o que elas querem.E não vejo dizer que parto normal e amamentação serem melhores é uma maneira de oprimir.É melhor mesmo,ué,fazer o quê? o que não quer dizer que se a mulher optar por não fazer vai virar a pior mãe do mundo.Eu acho que essa questão da escolha é bem enfatizada no movimento.Se eu tivesse que escolher ia preferir um parto “das cavernas” a um parto de linha de montagem.
Tem vários sites esclarecedores sobre essa opção natural,indico o amigas do parto.

“Pensem bem,quem lucra com a idéia de que o parto é doloroso?” Raíza, com todo o respeito, não é uma “ideia” de que ele seja doloroso, ele É EFETIVAMENTE doloroso. Você pode até dizer que é uma dor que vc sublima, é uma dor que compensa, mas não dá pra dizer que não há dor. É a mesma coisa que dizer que depilação não dói. Dói, mas a gente acostuma. Já outras não.

“E não vejo dizer que parto normal e amamentação serem melhores é uma maneira de oprimir.É melhor mesmo,ué,fazer o quê?” De novo, sua frase já mostra a opressão evidente. Quem não faz parto normal não escolheu o melhor para o seu filho. Melhor por quê? Pra quem? Says who? Houve essa discussão lá no #brioches do FB (http://www.facebook.com/home.php?sk=group_165549700147801&view=permalink&id=199711256731645) e há estudos inconclusivos sobre essa questão http://www2.cochrane.org/reviews/en/ab004660.html.
Você diz que não há esse tipo de culpabilização por quem fez ou faz cesárea mas todo o seu comentário tá eivado de censuras veladas.
De minha parte, tenho algumas críticas a fazer sobre a questão do parto em casa, colocadas aqui http://ladyrasta.com.br/2009/04/09/uma-boa-hora/
Quanto à censura das babás e outros quetais http://ladyrasta.com.br/2010/06/21/mulheres-babas-filhos-e-feminismo-parte-1/ e http://ladyrasta.com.br/2010/06/22/mulheres-babas-filhos-e-feminismo-parte-2/
(Lu, se achar que os links não são pertinentes, pode tirar, é que eles têm a ver com a discussão)

oi raiza,
talvez você não faça diferença entre a mãe “naturalista” e a mãe média, mas o resto das pessoas faz. para provar com dados e ajudar você a compreender melhor o fenômeno, recomendo o recém-lançado “o conflito: a mulher e a mãe”, da filósofa e socióloga francesa elisabeth badinter.
eu sou ujm exemplo de mulher que não sentiu NENHUMA dor após minha cersariana. nem gases. costumo dizer que fazer as sobrancelhas dói mais. mas é óbvio que não vou generalizar minha excelente experiência. cada mulher é uma mulher, e essa é a essência do meu artigo.
por fim, acho um pouco obsoleta essa idéia de o capitalismo aliena as pessoas de si mesmas e que ele está enganando as mulheres com cesárias e mamadeiras. acho que ele só aliena os idiotas. do outro lado do espectro há quem saiba usar as coisas em seu favor, e para essa gente o capitalismo está, na verdade, dando uma opção ao parto volta às origens e salvando milhões de bebês ao redor do mundo – eu e minha filha incluídas. já a mamadeira foi revolucionária nos anos 70 pois incluiu o pai na eterna díade mulher-bebê, mudando para sempre nossa forma de pensar a família e dando à mulher a chance de não perder a si mesma durante a maternagem.

faço questão de comentar porque em primeiro lugar discordo de alguns posicionamentos da joana e em segundo lugar (mas principalmente) concordo com a questão da associação sofrimento-maternidade como uma coisa só.

no blog que criei quando engravidei (aí no link) falo sobre várias coisas mas muito sobre a atual opressão (online, predominantemente) da “maternidade natural” ou “maternidade ativa”. as tais “mamíferas” se sentem no direito de ditar regras sobre o que é certo e errado na maternidade, de forma agressiva e várias vezes exclusivas (no sentido de excluir).

discordo da joana nos pontos em que ela é radical pro outro lado (sugerindo que quem opta por parto natural também opte por não usar outros medicamentos, ou de certa forma dimiuindo a importância ou mesmo criticidade do aleitamento materno), pois algumas partes da maternidade são mesmo difíceis e cansativas, mas eu pessoalmente considero essenciais (aleitamento até pelo menos o sexto mês, evitar alimentos pré-prontos para criançãs).

quanto mais penso no assunto, mais acho que equilíbrio é a chave, e que em pleno século XXI as mulheres deviam poder escolher, de comum acordo com seus parceiros/as, o que é melhor pra si mesmas e para seus filhos.

mas para reforçar o que concordo totalmente com a joana, conto um pouco da minha história: voltei a trabalhar quando meu filho estava com 6 meses e meio (um privilégio aqui no Brasil, convenhamos), já iniciado na alimentação sólida por opção minha e ainda mamando somente no peito. todas as mulheres que eu encontrava (amigas, colegas, família, conhecidas…) perguntavam a mesma coisa: mas você não está SOFRENDO de deixar seu filho em casa e voltar ao trabalho? minha resposta, sempre honesta, deixa muitas delas chocadas – NÃO. estou feliz em voltar ao trabalho, pois não gosto de ficar o dia todo em função de casa/criança. meu trabalho é importante e prazeroso pra mim.

o espanto, choque ou mesmo indignação mal-disfarçados ao ouvir minha resposta são a melhor prova que muitas de nossas colegas de gênero ainda estão sim na idade da pedra. mesmo eu tendo alimentado meu filho no peito (e ter continuado após voltar ao trabalho!), ter envolvimento direto na alimentação diária dele e ter escolhido sua babá antes mesmo dele nascer, nada disso é suficiente. eu preciso SOFRER.

por que será? só o sofrimento nos redime de abrir mão de tarefa tão especial e maravilhosa que é cuidar de uma criança? porque “ser mãe é padecer no paraíso”?

e não aguento mais essa história de “empoderamento”, gente, para com essa ladainha. empoderar = ter poder. mulheres que optam conscientemente por fazer cesáreas ou parar de amamentar/não amamentar estão no poder também! você pode até discordar da decisão (eu por exemplo, discordo de ambas), mas o importante é a CONSCIÊNCIA da decisão, e não a decisão em si. não é porque eu faria diferente que tenho o direito de dizer o que é melhor pra outra.

abraços!

oi zel, seus comentários são muito benvindos!
gostaria de esclarecer que meu intuito não foi condenar as práticas naturalistas em si, o parto normal ou a amamentação, mas sim o preconceito gerado pela homogenia de um modelo em detrimento de outras realidades e perfis de mulheres.
(até porque muitas mulheres fazem parto natural, amamentam no peito e não por isso pertence ao time naturalista)
minha intenção foi recolocar o “ser mulher” em perspectiva com o “ser mãe”. acho estranho que confiem tanto na eficiência de um método se existe o risco de esgotamento da mãe. há de se começar a respeitar os limites de cada mulher. sou pela liberdade da mulher encontrar esse meio termo junto ao bebê – o que é bom para o pequeno e viável para essa mulher. afinal, bebês são seres extremamente afetivos que vivem, também, da alegria e bem-estar da mamãe deles!
obrigada por enriquecer o debate!

quero dar like no comentário da Zel, #comofas?

É isso: maternidade não precisa trazer sofrimento, e é saudável admitir que depois de um tempo lambendo a cria, a gente quer voltar a ter um lado da nossa vida de volta. E quando a gente tá feliz, nossos filhos ficam felizes também né?

a atriz tilda swinton aborda o “elemento parto normal” em entrevista em cannes, e como nem toda mulher está preparada para sua realidade. os comentários do artigo também são válidos.

Gente, a raiz da questão é muito simples – a sua verdade é SUA, e pronto. Seja feliz com ela, e viva a sua vida. Só não se pode exigir de ninguém que a aceite e a aplique só porque vc acredita piamente e fanaticamente que sua opção é a melhor, única, abençoada e todos os mais que não a seguem são idiotas, negligentes ou monstros. Exagero? Mas esse é o princípio que não só rege o “espanto, choque ou mesmo indignação mal-disfarçados” (sorry, Zel, tive que copiar) das “mães-natureza” quando escutam uma opinião de mãe dissonante, mas também de brigas eternas por religiões, partidarismo político e times de futebol.

Por exemplo, sou médica. Neurologista. Passei a carreira toda atendendo todo tipo de doenças neurológicas que muitos nem sabem que existem (sintam-se felicíssimos por isso). Mas uma das mais comuns que atendo, sabe qual é? Sequela de paralisia cerebral. Dos mais variados níveis de gravidade – epilépticos, para/tetraplégicos, espásticos, atrasos psicomotores, de TUDO se vê, dependendo do caso. Sabe qual a causa na esmagadora maioria dos casos? (esmagadora MESMO, sem exagero): complicações de parto NORMAL.

Aí, muito corretamente, alguém poderia me interromper agora e usar um argumento científico dos mais básicos: sua amostra tem viés de seleção. MAS É CLARO QUE TEM. Lógico que sei que a maioria dos bebês nascidos de parto normal nascem muito bem, obrigada, e que por simples circunstância da minha profissão tenho o azar de ver a minoria que não teve tanta sorte assim. Mas nada muda o fato que eu vejo esses casos, todo dia, repetidamente, por anos, e com histórias tão escabrosas de como se chegou à aquele ponto – de como um bebê perfeitinho e bem formado por nove meses ficou daquele jeito por uma “saída” desastrosa, que há muitos anos (muito antes de engravidar), decidi que nenhum filho meu correria aquele risco. Será cesariana, ou cesariana, ou cesariana. Ponto.

Agora, quero que alguém me pergunte se algum dia, em momento algum, critiquei alguém por preferir um parto normal (o qual, repito novamente, em MINHA experiência e opinião é arriscado demais para manutenção de um cérebro perfeito pro bebê). Perguntem se algum dia recomendei a alguma paciente que não fizesse parto normal. Perguntem se algum dia neguei o que a maioria dos estudos mostra, pelo menos até hoje: no cômputo geral, em se levando em consideração o organismo do bebê como um todo (e não só o cérebro), o parto normal é superior sim. A MINHA decisão e MINHA prioridade é a de preservar e proteger o máximo possível a função cerebral de meu filho(a), e pronto. E respeito 100% quem tenha prioridades diferentes.

A quem quiser vir com a acusação mais fácil e rápida, a de que estou com medo de sentir dor e que quero um parto “fácil”, só posso rir. Certamente alguém que nunca ouviu falar no pós-operatório de cesariana. E se alguém me disser que cuidar do neném na primeira ou duas primeiras semanas pós-parto, andando curvada, cheia de dor e pontos vai ser “fácil”, por favor, reveja seus conceitos. Simplesmente prefiro ter uma recuperação bem mais lenta e dolorosa do que a de uma mulher que fará parto normal, e me submeter a complicações muito piores (alguém aí já ouviu falar de abscesso de parede? Perguntem a alguma azarada que já teve), pra poder causar menos risco ao meu bebê. Na verdade até estou sendo meio “mãe-sofrimento”, como muitas gostam; me submetendo a riscos e mais dor pra causar menos disso pro meu filhote.

Essa é a MINHA verdade, e funciona pra MIM. Jamais vou esperar que alguém concorde e siga meu exemplo só porque eu acredito que isso é o melhor pro meu bebê. Pra aquelas que discordam de mim a ponto de ter arrepios, e que acham que sou a pior mulher a por os pés na face da terra porque decidi ter meu parto assim, digo exatamente o mesmo: viva a SUA verdade que funciona pra VOCÊ, e torço, de coração, que seu bebê nasça e cresça tão feliz e saudável quanto espero que o meu consiga. Lembre-se que no fim das contas o objetivo final de todas as mães mentalmente sãs é esse. Nenhuma delas é pior ou melhor mãe que você.

E em tempo, estou grávida. 15 semanas. 🙂

emocionada com a sua experiência e muito grata pelo ponto de vista médico, tatiana.
concordo com você sobre preferir diminuir riscos do que seguir uma cartilha.
tudo de bom pra você e pro seu bebezinho!

tati, acho que a coisa mais importante do seu relato é o seguinte: os medos, desejos e crenças da mãe são mais importantes que qualquer opinião ou recomendação. mesmo que a recomendação do ministério da saúde seja pelo parto normal, se você tem medo e não se sente segura em ter seu filho assim, é direito seu tê-lo como achar melhor. o seu bem-estar tem que estar em primeiro lugar, sempre, com o bebê dentro ou fora da barriga. porque mãe apreensiva, tensa e doida não consegue cuidar do bebê, né 😀

beijo!

Pois é, concordo com a Tatiana. Sou médica também, mas não posso deixar de achar graça com o comentário de que os médicos indicam cesariana para ganhar dinheiro. Como se ganhasse muito dinheiro. Bom, não se ganha. Se ganha menos do que o justo, para falar a verdade.
A indicação formal de cesariana é clara, mas vivemos em uma sociedade em que podemos escolher, ter ou não parto vaginal (que de normal não tem nada, eu já vi vários).
Mas realmente eu não critico quem tem. É uma escolha segura para o bebe, segura para a mãe. Tem problemas como a cesariana também pode ter. Na minha cabeça, talvez por saber tambem de tantas complicações do parto vaginal, escolheria a cesariana sem sombra de duvida. Mas, por outro lado, me identifiquei muito com o artigo pelo seguinte: aos 27 anos, não tenho estrutura financeira para trabalhar apenas meio periodo. E não quero que meu filho seja criado pela babá. Optei então, por postergar meu bebe. Pretendo te-lo talvez aos 35 anos, quando as chances de ter um filho com problemas de saúde e a dificuldade para engravidar aumentam muito. Meu plano é, sim, de fazer papinha em casa, fresquinha, de amamentar por pelo menos 6 meses exclusivamente,acostuma-lo a dormir sozinho no quarto (o que é infinitamente mais trabalhoso do que deixar ele vir pra minha cama) e tudo isso é incompativel com a vida que levo no momento. Então pergunto a voces, se mais alguem passou por esse tipo de questão, e como resolveram??
agradeço desde já a ajuda!!!
beijos

Mariana, tenho 34 anos e na sua idade pensava exatamente a mesma coisa (nossa, coisa de velha isso, falar “na sua idade”…hahahah). Só que eu estava enrolando muito mesmo, toda vez que pensava no assunto, “ainda está cedo, tenho que resolver tal e tal coisa primeiro” sempre vinha à mente. E assim fui seguindo por anos, até que no começo desde ano levei o maior susto da paróquia quando meu método pra evitar falhou miseravelmente. Lembro de ter ficado pasma, horrorizada, em absoluto choque e paralisada no banheiro, segurando o teste por mais de meia hora. Imóvel.

Sabe do que mais? Agora, cerca de quatro meses depois do susto, acho que foi a melhor coisa que aconteceu. A verdade é que NUNCA (especialmente na nossa profissão) vc vai estar 100% certa de que é a hora de ter filho. Sempre vai ter uma ou outra coisa que vc quer resolver ou fazer primeiro. Acho que no fundo fiquei feliz que a natureza no fim das contas me deu um rabo de arraia e decidiu por mim, pque sabe quanto tempo mais eu iria continuar enrolando…hahahah. Tô feliz com o fato hoje 🙂

Boa sorte na empreitada quando decidir!TAT

Zel, seu post foi MUUUUUUITO útil!!! sem duvida vou reepensar várias coisas…
Tati, meu marido me diz a mesma coisa. Que se eu ficar esperando a hora certa de ter filhos, não vou ter nunca…
Mas agora, conversando com vc e lendo o post da Zel, eu acho que com 29/30 é uma idade já bem razoável…
Vou estar um pouco mais estabelecida nas coisas, e ainda com certa disposição… já terei feito algumas viagens que eu tb adoro….
Obrigada meninas!!!!
beijos!

Vou bater palmas de pé para esse texto. Muito bom mesmo!
É lamentável essas mães que acham que podem passar lição de moral nas outras ou se acham algo de especial pelo simples fato de “eu sou mãe”. Me poupe. Ser humano é muito mais do que isso, cada mulher deve ter as opções que melhor lhe convém e deve ter o direito de optar pelo que quiser.

o que me chama a atenção é como caímos fácil na armadilha de acreditar em modelos pré-definidos de qualquer coisa, não apenas da maternidade. com um pouco de observação percebe-se que a adoção rápida de qualquer modelo é um passo para a nossa opressão e desconsideração da nossa individualidade. e aí pergunto com sinceridade: por que fazemos isso? por que nos ignoramos tão facilmente e compramos padrões estabelecidos por outros e feitos para simplificar, uniformizar e alienar? só consigo pensar que a alternativa contrária: se observar, se conhecer, refletir e DECIDIR assusta muita gente. e que estamos pouco preparados prá esse processo mais ativo de viver. acho muito triste.

Oi, eu li, reli o texto e os comentários, e ainda não entendi uma coisa: a questão do sofrimento.
Sou uma mãe que tive parto natural, em posição vertical (como ridicularizado em um comentario), sem complição alguma, amamentei 6 meses exclusivamente, introduzi a alimentação complementar feita por mim mesma e gradativamente, optei por não voltar a trabalhar nos primeiros 2 anos da vida da minha filha, que continuamamandoom seus 29 meses de idade.
E retireitudo novamente com o proximo bebê que planejo para o próximo ano, inclusive as fraldas de pano e o parto que dessa vez será domiciliar.

Enfim, descrevi minhas escolhas e minha experiencia pra dizer que nada diso me foi sofrido. Foram as MINHAS escolhas, muntamente com meu parceiro, também visando a saúde e o bem-estar da nossa filha e vida familiar.

E não foi sofrimento algum. Todas as dores, todas as dificuldades foram superadas, com vontade e apoio dessas mamíferas “opressoras”, sempre tão dipostas, com conselhos, troca de experiências, fontes de estudo, etc. Muitas delas hoje, acabaram por se tornar minhas amigas pessoais, também navida real, depois de tanta cumplicidade virtual.

E por isso eu sei que para muitas delas também não tve ofrimento algum!

Por que eu resolvi comentar? Porque eu acho válido ressaltar que essas escolhas naturais, da época das cavernas, podem ser felizes e libertadoras tanto quanto qualquer outra!

Obrigada

Conforme lia o texto pensava no quanto havia para conversar sobre vários assuntos, achei que haveria muito o que comentar até mesmo sobre os comentários.

Por um instante realmente acreditei que era alguém falando de suas escolhas seguras e conscientes e que valeria a pena falar sobre várias coisas.

Mas lá pelo final do texto damos de cara com a sua infeliz sugestão de que quem desejou um parto natural também abrisse mão de outras cirurgias e medicamentos para alívio da dor!

Caríssima Joana, eu tive que rir, pois eu não abriria mão nem mesmo de uma cesárea se ela fosse usada para aquilo para o qual ela foi criada: salvar vidas!

E também não abriria mão de remédios para curarem doenças ou dores patológicas, bem como não abriria mão de nenhuma outra cirurgia necessária para eliminar patologias, eliminar doenças, oferecer qualidade de vida ou ainda salvar a vida!

E acredito que ninguém em pleno uso de suas faculdades mentais poderia acatar esta sua sugestão! Aliás… Você realmente sugere isso? Ou foi apenas uma forma de ser irônica? Ambas as coisas são tristes, mas vai ver foi apenas uma brincadeira e eu não entendi…

Mas se não foi de brincadeira, de qualquer modo esta sua sugestão demonstra o seu total desconhecimento das verdadeira razões que levam uma mulher a optar pelo parto natural seja ele no hospital ou em casa!

E antes que alguém venha falar de “achismos” sobre os riscos do Parto Domiciliar, deixo aqui um artigo escrito pela Melania Amorim, baseado em evidências, que deixa claro que parto em casa é tão ou mais seguro do que o hospitalar, contém boas informações para que as pessoas saibam que não existe parto 100% seguro, restando apenas que a pessoa opte sobre quais riscos deseja correr.

E não é para ler e passar a desejar o Parto Domiciliar, é apenas para ter boas informações e bons argumentos baseados em evidências para debater.

Eu particularmente acredito que o melhor lugar para a mulher dar a luz é onde se sinta segura, respeitada e feliz.

Mas vale lembrar que as dinamarquesas, as norueguesas, as belgas, as inglesas, também não vivem em Bedrock (?) e os Partos Domiciliares representam até 40% dos nascimentos em seus países! Preciso lembrar que são países considerados de “primeiro mundo”, avançados tecnologicamente? Bem distantes do tempo das cavernas?

Eis o link: http://guiadobebe.uol.com.br/parto-em-casa-e-seguro/

Bom, mas voltando a sua sugestão… Quando você sugere que alguém que desejou um parto natural abra mão de remédios ou cirurgias necessárias, você demonstra (no mínimo) o seu desconhecimento e até mesmo preconceito sobre as razões que levam uma mulher a escolher parir sem analgesia ou da forma mais natural possível, você demonstra que o que pensa é que mulheres buscam esta opção por desejarem sentir dor ou se sacrificarem de forma desnecessária e até mesmo insana! Você demonstra uma ignorância sobre as verdadeiras razões, deixando como verdade absoluta apenas que você considera que quem escolhe assim o faz para sentir dor, para se exibir, o faz de forma inconsequente sem pensar nem no bebê nem em si.

E se você pensa isso sobre quem opta pelo parto, então é impossível uma conversa sobre quais razões contam quando uma mulher opta por amamentar exclusivamente por 6 meses e prolongadamente por 2 anos ou mais, é igualmente impossível uma conversa sobre por que uma mulher se recusa a oferecer para o filho uma alimentação cheia de corantes, conservantes, espessantes, etc…

Esta sua sugestão torna impossível qualquer conversa, mas deixa bem claro quais são as suas razões.

E realmente, se for apenas para sentir dor, se for apenas para se sentir melhor do que outras pessoas, se for para se enquadrar em algum modismo, se for para se sacrificar, é melhor não parir, não amamentar, não deixar a vida profissional fora de foco por um tempo!

Neste caso, eu concordo plenamente com você, pois quem faz sacrifícios por outrem, cedo ou tarde acaba jogando na face da pessoa aquilo que fez sem que ninguém (a não ser ela mesma) a tivesse obrigado, e eu acho que nenhum ser humano merece isso, muito menos os filhos.

Não são razões válidas na minha opinião, apenas acho então que ambas as escolhas devem ser em busca de felicidade e plenitude, e quando uma pessoa está ciente, certa e segura de suas escolhas não precisa se justificar com ninguém e muito menos se sentir agredida por nada.

Se eu estiver enganada sobre o que você deixou evidente com esta sua sugestão, peço por favor que nos escreva sobre isso, sobre o que você acha que leva uma mulher a optar pelo parto natural e qual foi o motivo de você fazer uma sugestão sem nenhuma relação com isso e ao mesmo tempo tão agressiva, injusta e inconsequente.

Quanto a sua pergunta, eu respondo: a dor não é exclusividade da Maternidade ela faz parte da Vida não é mesmo? Mas algumas pessoas já perceberam que dor física é uma coisa, sofrimento é outra muito diferente e entre uma coisa e outra dá para viver a Maternidade sem sofrer ou fazer sacrifícios, aliás, dá até para viver sem sofrer ou fazer sacrifícios, pois como falei se é para encarar como sacrifício eu concordo com você: é melhor nem tentar…

Pois volto a dizer: ninguém em sã consciência acataria esta sua sugestão!

Obrigada!

Luzinete Carvalho.

Salve, Luzinete!
Assino embaixo.

Autora, acho que tem um equívoco muito grande aqui:”O problema é a predominância brutal desse pequeno grupo sobre uma maioria esmagadora de mulheres que simplesmente não se encaixa nele”.

Como um pequeno grupo pode tolher tanto assim a maioria? Minoria nós somos (eu sou de Bedrock) e maioria vocês (Jetsons?) são. Porque tanta intimidação com as idéias das cavernas? Será que pq baseadas em evidências que custam a aceitar?
Não precisam de encaixar em nada, cada uma faz o que quer da vida. Agora que banque as escolhas. Fiz cesária pq quis;não amamentei pq não deu, não quis; delego meu filho à noite pra babá pq quero dormir…e pronto! Ninguém tem nada a ver com isso.
Agora querer sublimar tais escolhas em detrimento de outra visão, nada a ver.

Perai, estamos na era da informação e comunicação e estão sugerindo opressão?!Pressão “velada”?! Vem cá, a pressão “velada” só existe para as mamíferas, aqui chamadas de “naturalistas”?!Ah claro, não existe pressão “velada” pela parte médica quando induzem uma mãe, talvez em dúvida, a fazer cesárea!Ou então já sugerem a data da cirurgia sem mesmo consultar a interessada. Eu tenho um filho de 1a e 2m e a todo instante na minha cabeça a opção foi ter parto normale meu médico sempre me apoiou, nunca tentou me fazer mudar de idéia, como acontece com alguns por ai.Minha gravidez foi até as 40 semanas quando comecei a sentir as dores, mas infelizmente não consegui dilatação suficiente e acabei na cesárea.Naquela época eu não me preparei para ter um parto normal,nunca tinha ouvido falar sobre parto humanizado, técnicas para ajudar na dilatação e etc, enfim deixei por conta da natureza e até hoje eu me pergunto se eu tivesse toda a informação que tenho hoje, se não teria conseguido ter meu filho de parto normal!Fiquei mais de 24hrs sentindo contrações, que naturalmente já eram fortes eque depois foram potencializadas com a indução. Não me arrependo nem um pouco e com certeza tentarei, se houver um 2º filho(a), um parto natural, humanizado, só que desta vez preparada e amparada por pessoas especilistas (alguém ai disse que a maioria dos partor naturais são desacompanhados de médicos, sugiro se informar melhor). Para mim, a escolha de parto normal ou natural, não teve ou terá nada a ver com dor, mas sím com escolhas!Louca eu?!Não!Existe uma coisa chamada livre-arbítrio!

Olá!

Muito prazer! Sou uma mãe pré-histórica!

Identifico-me assim, pois através de muita leitura eu que sempre fui uma pessoa “moderna” que tinha pensamentos como “Pra que engravidar? Vou ao orfanato escolho uma criança e pronto, já sou mãe, sem tem que “deformar” meu corpo, e já adoto uma criança que saiba dormir “pra não perder noites de sono”“.
Juro que no auge da minha imaturidade pensava assim! Moderno não?
Em dezembro de 2009 eu engravidei, entrei em pânico, aprovei a idéia e quando já estava feliz por ser mãe, eu sofri um aborto instantâneo, e junto a pior dor da minha vida, uma dor que não-física uma dor no coração não patológica, uma dor na alma, uma dor tão grande que lembro que fui dormir e disse ao meu marido “Me desculpa por tudo, eu te amo e se eu não resistir, quero que você seja feliz” disse em tom de despedida, pois a dor era tamanha que achei que não fosse suportar!
Passado um mês engravidei novamente e descobri em mim uma nova pessoa, uma pessoa que se preocupa, que se importa, comi livros, devorei estudos, li e li novamente artigos e publicações, curti a barriga crescer me informei sobre riscos, sobre prós e contras e decidir parir naturalmente, queria estar ativa quando minha filha chegasse ao mundo! Infelizmente isso não foi possível, após mais de 24 em TP ativo, os batimentos fetais diminuíram e ela entrou em sofrimento, e eu tive sim uma cirurgia cesariana, mesmo “debilitada” da cirurgia, em momento algum larguei minha filha, que ficou comigo enquanto eu era costurada e mamou enquanto eu esperava a anestesia passar (a enfermeira disse pra mim que por conta da amamentação minha anestesia havia demorado 1/5 do tempo normal pra passar) Eu fui operada ás 21 ás 22 eu já estava no quarto com minha filha, que permaneceu comigo o tempo todo da estadia no hospital!
Cheguei em casa e graças a minha “leitura pré-histórica” consegui amamentar, e cara, NÂO TEM PRAZER IGUAL!
Noites de sono perdidas tentando ser pré-histórica são recompensadas com um único sorriso após uma noite conturbada!
Usar Fralda de Pano, não é um martírio, não é pré-histórico e não é difícil, minha filha ficava com o bumbum todo machucado com as Fraldas descartáveis, e agora é bumbum fresco e saudável, nunca usei uma pomada de assadura!
Larguei o meu serviço em prol de passar esse tempo da minha vida 100% com a minha filha! Você já pensou que se você viver 80 anos, Vinte Nove mil e duzentos dias, você não passará nem 1000 se dedicando ao seu bebê? Que em menos de ¾ anos eles não vão mais querer seu colo, não vão mais querer ser amamentados não vão mais depender 100% de você!
Eu abro mão de babá sim! Não me perdoaria se na hora do primeiro sorriso eu estivesse dormindo e fosse uma “estranha” que visse, e não me perdoaria se estivesse no trabalho (quando eu poderia estar em casa) na hora que meu filho estivesse doente, e que fosse um estranho que prepara-se a sopa dele ao invés da mãe que poderia abrir mão de uns dias de sua vida profissional pra se dedicar ao pequeno.
Eu que sempre preferi a praticidade ao uso consciente, hoje me adaptei e curto demais! Você estar presente em cada conquista de seu filho não tem preço e não é pré-histórico!

Agora você disse tbm que: “Filho que, ao usufruir de práticas e atenções massivas e ininterruptas, corre grande risco de se tornar um pequeno egoísta, míni troglodita, Bambam e Pedrita do novo milênio, e não uma criança de fato mais saudável, adaptável, confiante e potencialmente feliz. Não seria essa a mais lamentável ironia da “maternidade volta às origens”?”.
Primeiramente, sério que você está se referindo a uma criança, um ser puro, de mini troglodita?
Será que o troglodita será o meu que teve todas as necessidades supridas, teve colo, amor, e MUITA DEDICAÇÃO. Ou, será o seu, que foi criado de uma forma que não visa à necessidade real de uma criança?
Você não tem necessidades? Não precisa de carinho, colo, dormir de concha, uma palavra amiga, um abraço em uma hora difícil, então, seu filho também precisa!
Fico muito triste em ver o modo q você se refere a quem vive uma maternidade consciente!
Se viver no mundo pré-histórico é ser uma mãe consciente, responsável, amorosa, afetiva, muito prazer eu sou a Senhora das Cavernas!

😉

“…necessidade de sofrimento para a afirmação do ser mulher”
Fui paciente de uma cesariana, completamente contra a minha vontade, e descontei toda a minha frustação sendo mamífera!Optei por não trabalhar, até porque neste dois primeiros anos de vida meu filho precisará sim, de mim acima de qualquer pessoa neste mundo.E pra que?Acompanhar meu filho durante toda sua tragetória na formação psicológica.A frase que retirei do texto mais rídiculo que já li na vida, é de extremo abuso e preconceito, afinal de contas, não me é admirável que a escritora desse texto não tenha a devida formação para tais entendimentos…Ah!Vamos lá galera!Ah milhares de pessoas que estudam pra entender a psicologia da criança, a anatomia do corpo feminino….Eu não sou a mais culta das pessoa, mas quando quero me esclarecer com relação a algo eu procuro a quem entenda e estude para determinados fins…

Eu não entendo realmente porque tanto auê com a escolha de algumas mulheres(minoria, infelizmente…) de querem parir naturalmente!!! Tive o meu parto natural, mas não é essa coisa de quem sofre mais é mais foda…Simplesmente é muito prazeroso conseguir parir, por alguém no mundo, uma história que a gente não tem controle do que vai acontecer e que quando finalmente a gente consegue, um amor imenso inunda a gente(digo isso, baseado na MINHA experiência única do parto que tive, não estou dizendo que só tendo um parto natural a gente consegue isso!!!). Se algumas mulheres preferem não passar por isso, é uma escolha delas, conto do meu parto para quem realmente se interessa e se a pessoa estiver disposta o ouvir o meu lado, senão nem gasto minha saliva, simples assim!
Antes de engravidar, pesquisei muito sobre parto e sobre as escolhas que poderia ter, antes de engravidar e ter acesso as evidências, eu queria simplesmente ter um parto normal com anestesia e sem a episiotomia. Engravidei e fui me informando mais e mais, deixei em aberto a questão da analgesia, tomaria SE fosse necessário, mas a princípio não. Queria ter tido um parto domiciliar, mas por minha gestação não ser mais de baixo-risco tive que mudar de planos(olha como as “naturalistas” são loucas e arriscam tudo para “sofrer”?!!!). Minha bolsa estourou e não entrei em trabalho de parto, estive monitorada pela minha médica o dia todo, na madrugada do dia seguinte comecei a ter contrações e na hora do almoço fui para o Hospital. Chegando lá já estava com contrações doloridas, mas em nenhum momento, mesmo estando disponível, quis tomar anestesia, não por querer bancar a gostosona, mas porque realmente não lembrei, só pensava o quanto demoraria, mas em momento algum achei que estava sofrendo!!! Sentia dores, mas sofri muito mais com dores nos rins ou com a trombose que tive na gravidez, do que no trabalho de parto!! Meu filho nasceu 4 horas depois que chegamos ao Hospital foi uma experiência maravilhosa, única e surpreendente…

> Sugiro que as militantes do parto em casa/ normal sem anestesia se alinhem completamente à ideologia passando a negar, também, medicamentos que aliviam cólicas, enxaquecas ou cirurgias invasivas mais sérias. Por que a dor é exclusividade da maternidade? <

Ai… sabe que eu li tudo (linda escrita, não concordo com o tema, mas adoro coisa bem escrita) e na interpretação já ia sentar a pua, mas…
Eu tenho enxaqueca. E amamento minha filha, então não tomo o remédio para enxaqueca porque ele é potencialmente sacal para bebês. E nessa brincadeira toda, sabe que descobri que um chá de gengibre é bem mais eficiente E RÁPIDO do que o remédio de enxaqueca? Eu tomava remédio para enxaqueca e comecei com o chá por conta da amamentação. Mas ele resolve MUITO MELHOR do que o remédio… Então opto por ele sem dó nem piedade…

E eu tinha cólicas menstruais. Monstruosas, diga-se de passagem. Mas sabe que tem um pontinho de acupuntura no tornozelo/lateral da canela que tira a porcaria da dor em 4 segundos e mantém por cerca de 4 horas, quando preciso apertar o ponto de novo (com o dedão, nem preciso achar um médico acupunturista pra isso)?

E cirurgias invasivas mais sérias… Bom, tudo depende do motivo da cirurgia invasiva mais séria. Eu já vi tanta barbeiragem médica por aí, como também já vi tanta salvação (literalmente) por médico, que sei que tudo na vida é questão de decidir prós e contras.

Eu tive duas cesáreas. Que eu chamo de desnecesáreas, por aí vc pode me chamar de "uma militante do parto em casa/normal sem anestesia". Passei 3 meses curvada e 6 meses sem conseguir fazer esforço.
Isso é meu, eu sou péssima com a recuperação de cirurgias.
A segunda já foi melhor, levei só 2 meses para descurvar e 5 meses para caminhar tranquilamente, mas 2 anos depois da dita cuja ainda vejo estrelas se bato o local dos pontos (o que é bastante habitual lidando com um bebê de 2 anos).

Sou professora. Amo ensinar. E sou uma dessas "mães das cavernas". Uma mãe que explica suas opções e não acredita em nenhum momento que todas as mães podem ser perfeitas e que a opção dela por A ou B possa ser motivo de ser "menas mãe" como brincamos num grupo que fala bem português.

Vc troca algumas questões quando resolve trabalhar com amamentação prolongada. Ah, o pai tem o direito de ajudar com a mamadeira… Ótimo se o pai ajuda. Se não ajuda, é mais um trambolho pra mãe fazer, esterilizar mamadeiras, lavar, preparar… Eu sou horrível para isso. Eu tenho arrepios com o meu desleixo com a questão das mamadeiras. Pra mim o peito é o mais prático. Se só eu que posso dar, isso acaba comigo?
Não. Enquanto isso o marido que daria a mamadeira lava a louça, dá banho na outra filha, faz o meu pratinho de comida (Que vamos e venhamos, é muito mais gostoso feito por ele do que por mim). Minha filha já se alimenta. E gosta mais da comida do pai (mal das meninas da minha casa). Então, porque ocupá-lo com a mamadeira se ele pode ir para o fogão?

Eu uso fralda de pano. E sinto-me muito confortável com a questão "menos lixo no mundo", jogar na máquina, brincar de absorventes, trocar dicas, conversar com outras mulheres… se sinto falta da fralda descartável? Não. Também não tenho pudores, se não tiver minha de pano, de usar uma descartável. Mas o trabalho que tenho com as fraldas (e nesse caso sou só eu, meu marido diz que a melhor coisa das fraldas de pano, depois do custo, é que só eu lido com elas) faz parte das "roupas das crianças". Não são "centenas de fraldas", como vc hiperboliza, e sim são "roupas da minha filha".

Da mesma forma que eu não jogaria fora uma calça que sujou com fezes, tendo de limpá-la e lavá-la, a fralda segue a mesma linha. Só isso. E cerca de 6 a 7 por dia. Que eu jogo na máquina…

Acho que o pior dessas discussões todas não é a discussão em si (eu amo discutir porque acho que com a troca de idéias diferentes é que se move o mundo), mas a forma como essas idéias diferentes são expostas, o "tom" como são colocadas. "Sugiro que as militantes façam A ou B" dá a sensação (estou sendo delicada) de incompreensão com a opção delas, como se uma escolha X diferente da pessoa que escreve obrigasse as "militantes" a outras X escolhas igualmente "incompreensíveis ou equivocadas".
Como se batalhar por suas escolhas e falar a respeito delas fosse algo estúpido, ruim, ignorante…

Sim, existem os militantes radicais em quaisquer áreas. Quem é carnívoro tem a opção de respeitar os vegetarianos ou de chamá-los de comedores de folhas ou verdinhos xiitas, assim como os vegetarianos podem respeitar os onívoros ou chamá-los de assassinos.

A forma como cada um se posiciona na hora de declarar suas escolhas é que faz com que sejamos, ao invés de apenas "mães com pontos de vista diferentes", mães em campos opostos de uma guerra sem sentido…

Monica d'Ávila

[…] um ano li esta matéria aqui no site das Luluzinhas: https://www.luluzinhacamp.com/maternidade-das-cavernas-no-seculo-xxi-eu-nao-moro-em-bedrock/. Na época não concordei com o que estava escrito, mas não era um assunto que me interessava, […]

Just my two cents. Quando decidi engravidar, quis pesquisar muito sobre tudo relacionado a gravidez, parto e maternidade em geral. Sou uma curiosa nata. Gosto de me informar e buscar dados científicos. Não gosto de pitacos, conselhos de manicure, de mãe, avó, vizinha. Eu gosto de ir à fonte. Tudo o que a OMS recomenda me interessa e chama a minha atencão. Somado a isso gosto de ler opiniões de quem sabe o que está falando, baseado em evidências, citando a fonte, sem achismos ou interferência de opinião / experiência pessoal. Gostod e estatísticas e de números claros.

Dito isso, moro na Dinamarca, país onde o parto em casa é oferecido pelo sistema público de saúde, e mesmo não sendo a opção da maioria das parturientes dinamarquesas, cerca de 80% delas parem normalmente ainda que nos hospitais (o parto em casa é escolhido por apenas cerca de 1-2% de todas elas). Esses números me “cutucaram” assim que cheguei aqui, e passei a me informar sobre o porque do parto normal ser tão comum por essas bandas, enquanto no Brasil… bom, vocês sabem.

Contra fatos não há argumentos, já dizia o filósofo. O que cada uma escolhe pra si, é de sua única responsabilidade, e seja qual for a escolha de uma mãe, sempre haverá gente olhando torto ou criticando. Ou vocês acham que não ouvi crítica alguma, ironia alguma, comentário cretino algum por ter decidido pelo parto em casa, pela amamentacão prolongada, pela cama compartilhada? Ouvi e vi foi muita opinião contrária. Mas eu peitei as MINHAS escolhas. Eu escolhi, antes de engravidar, o tipo de mãe que eu seria – e estaria sendo ridícula se dissesse que não houve momentos de sofrimento e desespero. Eu escolhi um parto em casa e tive o parto que desejei, em paz e seguranca e com todo o conforto possível, mas sim, com dor. E ainda assim, foi maravilhoso – tanto que escolhi o parto em casa para minha nova gestação. Prefiro a dor do parto, mas com respeito e tranquilidade, do que num hospital onde estarei “nas mãos” de trezentas pessoas diferentes. Essa é a MINHA escolha baseada em evidências científicas e estatísticas de que um parto domiciliar assistido por parteira ou obstetra é sim, tão seguro quanto um parto natural dentro de um hospital. Isso são números. FATO. Se você não se sente segura para ter um parto em casa, não recomendo. O importante é que a mulher tenha o direito de decidir sobre seu próprio parto, onde, como, com quem, etc. baseado em escolhas (bem) informadas.

Quando decidi amamentar exclusivamente minha filha por 6 meses e depois até os 2 anos ou mais, como recomenda a OMS, foi novamente uma decisão minha, pessoal, que não faz de mim mártir alguma. Baseado em pesquisas e muitos estudos, nós podemos saber que o leite materno é infinitamente superior ao leite artificial. De novo, FATO. Se você deliberadamente escolhe dar mamadeira para seu filho, você pode ser tão boa mãe quanto eu – amamentar o filho não é um mãezômetro – tal medidor não existe. Nunca descobri de onde tiraram essa ideia. Ponto. Eu escolhi amamentar porque decidi dar o melhor à minha filha e só isso. Passei por muitos perrengues no início e com muita insistência venci cada um dos desafios. Depois de 2 meses de luta, a amamentação fluiu e dar o peito foi desde então muito mais fácil e prático que preparar uma mamadeira. Essa questão de ser mais fácil e prático é opinião pessoal, não há evidências sobre esse detalhe 🙂

Num país onde mais de 90% das mulheres dos planos de saúde tem suas cesarianas agendadas, onde a minoria absoluta amamenta exclusivamente até os 6 meses e muito menos ainda amamenta até os 2 anos, é curioso que essa imensa maioria se sinta “perseguida” por aquele 1% que tem parto domiciliar ou amamenta por mais de 2 anos… não entendo.

Quaisquer que forem as suas escolhas relacionadas à maternidade, peite as críticas. Encare os olhares tortos. Aceite as consequências. E deixe de mimimi.

Eu vejo no seu texto uma inversão de valores. Você fala algo como “predominância natural”. Está de brincadeira? Num país em que 90% dos nascimentos em hospitais particulares são cesáreas, você acha mesmo que é o natural que prevalece?
Quando uma mãe decidi amamentar de forma prolongada ela não está dizendo que outras mães devem fazer o mesmo. Ela está apenas negando aquilo que a sociedade ##predominantemente# impõe: amamentar tem que ser até 6 meses, depois de um ano é absurdo, “é nojento”. Ou como o seu texto’, cujo título exala preconceito: rotulando como sendo maternidade das cavernas. A mulher que decide amamentar prolongado está apenas negando isso, e, bem informada por, inclusive recomendações da ONS, ela decide que “não não preciso parar de amamentar com determinada idade porque a sociedade impõe isso.

Eu pratico o attachment parenting com meus filhos, e não pratiquei com meu primeiro filho. Foi como você disse, tentativas e erros como todos os pais. Acho que fiz com ele o melhor que poderia ter feito naquela época. Não me comparo com outras mães, nem tento impor o meu estilo de maternidade a elas. Não. Eu apenas posso me comparar a mim mesma antes e acho que melhorei, acho que levo a maternidade hoje com mais tranquilidade.

Sexismo?? Não. Hoje em dia a sociedade em geral admira a mãe que trabalha fora, isso é o “legal”. A mãe que “não trabalha”é sim vítima de preconceito, a começar por falarem que “não trabalham, quando na verdade, trabalham muito. Antigamente era uma imposição às mulheres não trabalhar. As que lutavam contra o sexismo começaram a trabalhar. Hoje, parece que se inverteu. A mulher PODE optar se quer trabalhar ou não. Ela não é imposta a nada.Hoje o feminismo não é mais queimar sutiã e tentar ser igual ao homem em tudo. Hoje feminismo é ter respeitadas as suas escolhas, não precisa ser igual homem para ser respeitada, e a luta para ter horário flexiveis no trabalho, parir com dignidade (uma em 4 mulheres sofrem bullying durante o parto no Brasil), licença a amamentação fazem parte de um novo feminismo. “Quero ter o direito de escolha e quero ser respeitada por isso, e se a escolha for ficar em casa, quero ser respeitada por isso, e se a escolha for trabalhar, quero ser respeitada por isso”. “Não preciso escolher entre trabalho e maternidade, quero os dois, é uma escolha, e devo ser respeitada por isso”. Sexismo é achar que attachment parenting tem algo a ver com isso, pois ele é uma escolha DA MULHER. ISso não é imposto a ela. Inclusive tem entre meus amigos homens que praticam e ficam em casa com as crianças enquanto são pequenas enquanto as mães trabalham.

Se a escolha de outras mulheres a incomodam a ponto de lhe impulsionar a escrever um texto preconceituoso como este para se sentir menos culpada com suas próprias escolhas, veja, o problema está contigo. Seja “mulher”e assuma as suas escolhas. Nós não queremos que se sinta culpada pelas nossas.

Parei de ler quando ficou muito forte a associação da maternagem com o sofrimento. Voltar a trabalhar ou não são escolhas. Para algumas voltar a trabalhar é um sofrimento, para outras ficar em casa é sofrimento. Se a mulher estiver inserida num contexto economico-social que a permita escolher, que ela escolha o melhor pra ela e pra sua cria.

Nem sempre é possivel escolher ficar em casa, nem sempre voltar ao trabalho é opção, não tô falando dessas situacoes, to falando de quem escolheu uma coisa ou outra, tem que assumir duas decisões.

Outra coisa, parir naturalmente, em casa ou não, não é coisa de Bedrock. É o que acontece nos países de 1o mundo desde sempre, a obstetricia brasileira é que trabalha sem estar baseada em evidencias sendo inclusive motivo de chacota em congressos medicos internacionais.

Acho que se cada uma assumir suas escolhas sem se sentir “menas”, é melhor pra todo mundo. Se vc quis fazer cesárea eletiva, quis voltar ao trabalho logo, quis parar de amamentar (ou não) e se sente bem com isso, ótimo, explore e desenvolva seus argumentos daí, mas é um saco ler posts onde sempre essa minoria absoluta de mulheres , as tais mamiferas citadas, incomodam tanto a ponto das que optaram por outro caminho escrevam posts cheios de recalque como esse e materias como a da Time.

Esse trecho aqui: ” Dizem que o compromisso é para com o bem-estar do bebê, mas se esquecem que a mãe continua sendo parte integrante do ser bebê por muitos meses, e seu mínimo bem-estar constitui em grande parte o do filho.” Você fala como se a mãe que optasse pelo attaching parenting, usando o termo da moda, sofrer ou algo assim e nao é dessa forma que acontece. Quem opta por isso não está sofrendo, nem abdicando de si, nem nada. Naquele momento, praquela pessoa, aquilo aconteceu naturalmente, sem sofrimento nenhum. Agora porque é sofrido pra vc tem que ser pra todas? Não, não é assim.

Em tempo, minhas opções relacionadas ao parto, amamentacao, criação da minha filha me enquadram no rótulo mamífera. E eu voltei ao mercado de trabalho antes dos 6 meses, mantive a amamentacao, dormia com minha filha, e enquanto estava trabalhando não estava sofrendo, nem me martirizando, estava feliz, sabia que minha filha estava bem cuidade e ficava mais feliz ainda quando voltava pra casa. Eu acho que essa discusssão dessa forma que é conduzida acaba segregando as mulheres, dividindo como se umas fossem mais ou menos mães e isso não é real.

Você está sendo manipulada e nem se dá conta.
Sabe que eu pensava assim que nem você? Só que aí, eu engravidei e, só por desencargo de consciência, resolvi dar uma pesquisada… e mudei de idéia.
Sabe, tem um texto muito legal da Katherine Dettwyler sobre esse suposto sexismo: http://www.lactivistleanings.com/education/is-breastfeeding-advocacy-anti-feminist-an-essay-by-katherine-a-dettwyler/
Uma das coisas que ela fala é que o machismo se baseia em duas premissas: a primeira é a de que as mulheres não são capazes de fazer o que os homens são; a segunda é de que as coisas que apenas as mulheres são capazes de fazer não são relevantes.
As feministas lutaram e comprovaram que a primeira premissa estava errada, mas a maior parte delas aceitou sem mais a segunda premissa – e muitas, como você, até a reafirmam, por entender que, já que as coisas que apenas as mulheres são capazes de fazer (menstruar, gestar, parir, amamentar) muitas vezes interferem diretamente com o sucesso destas nas atividades outroras conhecidas como masculinas. E, já que somente estas atividades seriam realmente “importantes” e gratificantes…
O triste resultado disso é que, ao invés de nos unirmos para conseguir uma conciliação maior entre as duas coisas (licença-maternidade maior, permissão para amamentação no espaço de trabalho, ou algo assim) nos digladiamos, enfraquecendo ambos os lados da discussão – as mães trabalhadoras se sentindo culpadas e diminuídas por não serem mães em período integral e as mães em período integral se sentindo culpadas e diminuídas por deixarem de trabalhar. Quem ganha com isso? Com certeza não são as mulheres.
Sobre o parto com dor, sem dor, whatever: parto normal é questão de saúde. A cesárea salva vidas, sim – desde que ela seja necessária. Assim como a indução. E mesmo a analgesia (ou anestesia, dependendo do caso). Quando são necessárias. São coisas que têm que estar à disposição das mulheres – para o caso de serem necessárias – mas não serem obrigatórias, feitas por rotina.
Veja o caso da episiotomia, por exemplo. É uma mutilação genital que hoje em dia já se comprovou ser não só desnecessária mas totalmente prejudicial. Não sou eu quem está falando, hein, é a OMS! E mesmo assim ela continua sendo um procedimento de rotina no Brasil. A maior parte das mulheres sofreria menos (ou, como eu e tantas outras que conheço, nenhum) dano parindo sem ela que parindo com ela. E eu sou pompoarista, colega. Não precisa acreditar no que eu estou dizendo. Faça sua própria pesquisa!
Hoje em dia, graças à internet, nós temos acesso a dados científicos de qualidade. Vá até o site da OMS. Procure saber mais sobre a posição “frango assado” em que as mulheres costumam parir. Ou sobre a rapagem dos pêlos, ou a lavagem intestinal. Nesse ou outros sites. Você vai se revoltar.
A dor do parto não é como as outras dores, ela tem uma função fisiológica, principalmente de estímulo de produção de hormônios, de abstração do que se passa ao seu redor, de introspecção. Ela dimiminui a probabilidade de depressão pós-parto, aumenta a de sucesso na amamentação, porque é tudo um mesmo processo químico e hormonal. É uma dor que, se você suportar (e o tanto que você suportar, mesmo que seja só um pouco), vale a pena sentir. Você não é obrigada a senti-la, mas por que não tentar? Ora, se não estiver aguentando, peça a analgesia e deu. Sem culpa, sem recriminação.
E outra, você quer mais sexismo do que enfiar na cabeça da mulher que ela não é capaz de parir sozinha? Ou amamentar sozinha? Que o leite dela é fraco, que ela precisa de fórmulas mágicas para sustentar sua cria? Que os instintos dela estão errados?
Que o bonito, o chique, o ‘inteligente’, é escutar os experts que te mandam fazer o que você sente dentro de você que não pode estar certo – largar a criança chorando, deixar de dar o peito quando ela pede, etc.
Porque, afinal de contas, os experts são modernos, não é mesmo? Eles vêm amparados por vasta tecnologia e anos e anos de estudo. Aliás, é de se admirar que a espécie humana tenha sobrevivido por tantos milênios antes de eles aparecerem…
Quão emasculador, quão humilhante seria para certos homenzinhos de jaleco branco o dia em que as mulheres se percebessem os seres poderosos que são! O dia em que, ao invés de se contentarem com as respostas do “dotô” elas fossem atrás de informação elas próprias! O dia em que elas fossem capazes de superar seus preconceitos e culpas e abrissem suas mentes para as fêmeas que carregam dentro de si mesmas!
É uma pena, Joana, mas nós, mães das cavernas, ao contrário do que você dá a entender no seu texto, não somos maioria. A maioria ainda é assim como você e prefere ficar na defensiva a estudar.
Mas eu tenho esperança. Afinal de contas, nós somos mulheres. Nós sabemos mudar de idéia.

Bom, só prá constar, esse movimento “naturalista” vai muito além da maternidade ou estou enganada ? o mundo cada vez mais está voltando para as origens, estamos deixando nossos carros para andar a pé ou de bicicleta, comendo orgânicos e procurando cada vez mais uma alimentação livre de industrializados, nos utilizando de medicinas alternativas.E pq na maternidade seria diferente?

E a quem importa qual escolha da mulher/mãe? Acho que só a ela, não é? Meu priemrio filho usou fralda descartável, o segundo, fralda de pano. Os dois tiveram – e tem! – toda minha atenção, e nem por isso são mimados ou “mini troglodistas” ou “pequenos egoistas” como vc descreve, Joana. Muito pelo contrário, mas vou falar apenas do mais velho, já que o mais novo ainda tem apenas 1 ano e 4 meses, mas já dá indícios de que serguirá pela mesma linha do irmão Pedro (4 anos e 6 meses): é doce, solidário, carinhoso, independente, amigo, inteligente (como pesca rápido as coisas! rs) e, acima de tudo, amoroso. Ele simplesmente AMA tudo e todos que o cercam! Ele não é capaz de xingar ou brigar com algum amigo ou conhecido simplesmente de graça, sem ter algum “motivo aparente”. E mesmo qdo tem motivo, ele me chama, chama o pai, a professora, e diz qual o problema. É claro que qdo a coisa aperta, ele briga sim – afinal ele sabe defender seu ponto de vista, e olha que na idade dele acho que tem uma opinião formada fortíssima! E justa. Ele nunca é injusto com ninguém.
Se isso é fruto de “usufruir de práticas e atenções massivas e ininterruptas atenção”? Não sei, mas prefiro acreditar que sim. Pois no círculo que vivo – e convivo – já conhecí muitas crianças que, apesar de não “usufruir de práticas e atenções massivas e ininterruptas atenção”, se enquadram na sua descrição de “pequeno egoísta, míni troglodita, Bambam e Pedrita do novo milênio”… Enfim, não há certo ou errado, há o que é melhor pra cada mãe/mulher. E ponto final.

PS: não trabalho fora, por opção… mas trabalho em casa tanto – e em alguns dias até mais! – qto trabalhava fora. Mas sou muito – e bota muuuuuuuuuuuuuito nisso! – mais feliz que antes, pois as recompensas são muito melhores: acompanho o crescimento e as descobertas dos meus filhos, de perto. Tenho empregada doméstica, pois não sou louca de acreditar que daria conta do trabalho, da casa e das crianças, se pudesse teria uma babá sim, para ajudar nas horas que o trabalho aperta e não posso parar, mas nunca, em HIPÓTESE ALGUMA, deixaria meus filhos completamente isolados da minha companhia. Pq, na verdade, eu é que não quero viver isolada da companhia deles!

Não esta polêmica não vale a pena.
Esta vale: ?”Maternidade não é competição, não é corrida, não tem linha de chegada, não tem troféu ou medalha para as ‘dez mais’. No final deste arco-íris não há nenhum pote de ouro – mas há algo bem mais valioso: a oportunidade de confrontar-se consigo mesma, com suas prioridades, escolhas, valores, crenças, caminhos, desejos. E aproximar-se cada vez mais da pessoa que você gostaria de ser.”
http://www.mamiferas.com/blog/2012/05/o-certo-o-errado-e-todo-o-resto.html

Disse tudo, Fabiana! Mas vou além: no final do arco-íris, o pote de ouro é exatamente perceber que você venceu – seja qual for a forma que você tenha escolhido para tal. Você foi mãe, crior seu filho, deu àquele ser todo o suporte que você achou necessário para se transformar num cidadão de caráter, íntegro, justo e honesto. E que deu à ele tb, todas as ferramentas para trilhar o caminho do seucesso e ser feliz. Pq é isso que toda mãe – seja ela qual for ou siga ela a linha de pensamento que desejar – quer: o sucesso e a felicidade plena de filho.

Eu nao concordo em varios pontos e nao por simples filosofia de vida naturalista, e sim por questoes lógicas.
Eu fiz cesarea, e dói, dói pra caramba.Minha nene tem 6 meses e ate hj para manobrar o carro ,na hora de dar ré, qdo eu tenho que me virar dói e repuxa. Então antes de gritar aos quatro cantos que cesarea não dói recomendo a todas a defensoras do mito de cesarea sem dor, a fazerem uma por semana, ja que nao dói mesmo ne? Nao vamos ser tão burras ne? uma cirurgia que corta 7 camadas de tecidos não doer…me poupem. hj em dia a cesarea é feita sem morfina, pois ja se comprovou que alem das reações alergicas, pode fazer mal ao bebe, entao a dor é mil vezes pior que as cesareas de antigamente. Portanto optar por cesarea pq nao dói é muita ignorancia, me desculpem se ofendo alguem. Fiz a cesarea num mega hospital de sao paulo, paga a preço de ouro, com um super medico, portanto nem me venham falar que foi mal feita, pq nao foi. O fato é ter filho dói, se é cesarea ou parto normal, vai doer de qq jeito, a diferença que parto normal vc tem dor por um ou dois dias, cesarea por meses, só nao dói na hora por conta da anestesia.Por conta da dor tive uma mega dificuldade em amamentar, minha nene perdeu mais peso do que o esperado em uma semana. Alem disso a cesarea doeu minha alma, parecia que eu nao tinha parido, isto é algo pessoal meu, talvez nao sirva pra todas as mulheres claro,conheço varias que fizeram cesarea e nao sentiram isso. Outro ponto, cesarea nao é mais segura que parto normal, muito pelo contrario, nao existe um unico trabalho cientifico , realizado por uma universidade de renome que prove que cesareas sao mais seguras, a cesarea aumenta em 4x a chance de obito num parto, portanto o mito de parto seguro só pode ser alegado por profissionais que nao leem artigos cientificos. Sou da area de saude, e ate hj nao li um unico artigo cientifico que comprove que cesarea é melhor para mulher. É logico que cesarea tem suas indicações e salva vidas, mas oq se tem feito no Brasil é ridiculo. Nao é so dor que as mulheres querem evitar, precisam se manter um objeto desejavel pros seus donos. Como li recentemente “aqui para parir cesarea, para amamentar mamadeiras, a vagina e os seios sao de uso exclusivo dos homens”, portanto nao vejo nada de muito feminista na escolha da cesarea pra manter o corpo em perfeitas condições de ser usado pelo proprietario(nao a mulher).Minhas amigas que tiveram parto natural nao tem problemas com o corpo, ao q parece nao ficou “estragado”.Portanto a escolha de como vou ter meu bebe, deve se pautar no conhecimento de tecnicas, nao só do que nao vai causar dor, e nao vou deixar outros escolherem oq é melhor para mim. Eu jamais optaria por uma cesarea, sabendo oq eu sei, fiz cesarea pq era necessario, nao por conta de dor. Escolher como quer ter o filho ok, mas escolher pq alguem decidiu que tem que ser assim, sem se informar e/ou discutir as possibilidades é ser muito passiva, isto sim é ser uma mulher das cavernas, so falta pedir para o medico dar com bastao na cabeça pra apagar e nao sentir nada na hora do parto.
Outro ponto, voltar a trabalhar…tb é muito pessoal, as vezes voltamos pq precisamos mesmo, outras pq gostamos, nao cabe a ninguem julgar, eu pude optar por ficar mais em casa, tenho varias amigas que precisam da grana e nao sao piores maes por conta disso, outras voltaram pq curtem trabalhar, e tb sao otimas maes.Eu optei por ficar em casa , trampando 1x na semana, estou feliz assim, adoro curtir minha nene, nao me arrependo e nao ligo pro nariz torcido das mulheres maravilhas que acham que eu tinha o dever de estar trabalhando. Faço o que acho que é certo para mim. Entao formulas prontas do tipo: vc deve ficar em casa, ou vc precisa a voltar a trabalhar, nao servem ,cada pessoa deve fazer aquilo que a deixará com a alma em paz. A minha verdade sobre felicidade nao pode ser imposta a outras pessoas.
Fazer papinha para o filho, eu optei por fazer, mais que comprovado cientificamente que sao mais saudaveis. Da trabalho sim e muito, nao posso fazer isso? entao arranje uma baba que faça, coloque numa escolhinha que se preocupe com uma alimentação saudavel, a criança nao tem culpa que a mae nao tem tempo pra isso ou nao gosta de cozinhar. Uma papinha industrializada vez q outra ate passa, mas estamos vendo uma geração obesa e nao é de graça, as crianças hj em dia so comem porcarias. Vamos pensar que filho é repsonsabilidade, nao precisamos nos anular por eles claro, mas alguns esforços tem que ser feitos.
Qto a cama compartilhada, etc bem cada um sabe o que é melhor pra si, este artigo condenando quem o faz, nao levou em conta que quem o faz, faz pq gosta e esta feliz assim. Minha filha vez que outra dorme na nossa cama,dormiu ate os 4 meses todas as noite, o sexo nao ficou ruim por isso, ficou diferente, adoramos dormir com a baixinha, somos felizes assim, e nao vejo problema algum. Sempre que posso a levo comigo no sling, adoro amamentar, e dai? sou uma mulher submissa e sem identidade por isso? acho que nao, eu optei por isso, nao me sinto pior ou mais fraca. Adoro ser mae, nasci pra isso. Ela ainda tem 6 meses, nao vai ficar grudada em mim pra sempre, acho q agora ela precisa de mim, conforme for crescendo vai se tornar mais independente. Ela dorme todo dia das 21 hs as 7 da manha, quase nao chora, é uma nene super calma, a despeito que todos falam que oq estou fazendo vai deixa-la mimada. Muitas amigas minhas que nao fazem nada disso penam ainda todas as noites, filhos que com 2 anos de idade que ate hj nao dormem direito, sao crianças super estressadas, nervosas e agressivas.
faço oque me deixa confortavel, nao imponho meu modo de vida a ninguem, mas simpatizo com as maes naturalistas sim, nao as vejo como loucas, submissas e do tempo das cavernas, achei muito preconceituoso colocar mulheres nesta condição.
So penso que nao devemos aceitar nada sem questionar, livros, medicos sao otimos, mas nem sempre suas receitas prontas cabem em nossas vidas.

Parabens. Belo texto.

O que eu venho acompanhando é que muitas estão preferindo a Partenagem, ou seja, o parto, em detrimento à Maternagem.

E a criando-se profissões como Doulas e tirando das covas, parteiras que cobram preços exorbitantes para fazer o parto vaginal domiciliar pois jamais poderiam atura em hospitais.

Eu fiz duas cesas eletivas, todas tranquilas. Fiz questao de amamentar com livre demanda mas meus filhos chuparam chupeta e dedos. São todos adultos saudáveis, ativos e me senti protegida e segura, em ter comigo, o meu obstertra e minha familia ao meu lado, nos dois eventos mais felizes de minha vida.

Elas, as radicais, qeu não se cuidam, não ligam para fazer o enxoval dos filhos, preguiçosamente acomodam os nenens com elas na cama, para nao ter que levantar a noite, que não conseguem arrumar um cantinho para os filhos nenens mas cedem horrores em dinheiro para as parteiras, vem espalhando o terror ao parto cesáreo, chamando as mulhers que optam por esta via de nascimento de menos mãe e se acham acima do bem e do mal.

Precisamo dar mais esclarecimentos a toda a mulher que se habilitem a por um filho no mundo.

O direito de escolha deve prevalecer, sim, para a mulher. E o que vemos são partos horrorosos, mulheres arregaçadas, cheias de cortes, de episio, de manobras perigosas como Klistern. lBasta olhar no youtube o numero imenso de partos vaginais e a maioria é de arrepiar.

Parabens.

…Elas, as radicais, qeu não se cuidam, não ligam para fazer o enxoval dos filhos, preguiçosamente acomodam os nenens com elas na cama, para nao ter que levantar a noite, que não conseguem arrumar um cantinho para os filhos nenens…
Nossa, que pensamento mais simplista o seu, para não dizer préconceituoso né?!Ainda mais que você finaliza falando do respeito às escolhas de cada uma!
Quem foi que te falou que cama compartilhada tem a ver com preguiça?Pior, quem foi que te falou que cama compartilhada não dá trabalho tanto quanto levantar a noite e ir até o quarto onde está o bebê?
Meus Deus, quanta falta de informação!

É piada, né, Jussiara?
Desde quando partejar exclui maternar?
Desde quando temos que respeitar as SUAS escolhas, mas você tem todo direito de julgar as nossas?
Desde quando as preguiçosas são aquelas que, ao contrário de você, se dão ao trabalho de ler e pesquisar, seja o parto ou a maternagem, ao invés de simplesmente se agarrarem a seus preconceitos e fecharem suas mentes?
Engraçado… para uma pessoa que alega estar tão bem resolvida com suas escolhas você soa defensiva demais…

“O direito de escolha deve prevalecer, sim, para a mulher. E o que vemos são partos horrorosos, mulheres arregaçadas, cheias de cortes, de episio, de manobras perigosas como Klistern.”

Já parou pra pensar que a gente paga a parteira e a doula e optamos por parir em casa justamente pra não termos partos como esses que você vê no youtube????????? Entre ter um parto normal horrível e uma cesariana eletiva, não existe um meio termo na sua cabeça??? O meio termo é o parto humanizado. Investir em parto é investir em saúde.

Será que é por isso que somos radicais? Porque o sistema obstétrico brasileiro é falido!

Agora, se você prefere gastar seu dinheiro com enxoval, eu prefiro gastar com a saúde do meu filho!!!!

Precisamos dar esclarecimento à mulher e esse esclarecimento começa quando ela senta na cadeirinha de frente pro obstetra e este conta pra ela que cesariana é uma cirurgia que envolve 10x mais riscos pro bebê e 4x mais riscos pra ela. Aí a mulher decide.

É…
Eu tb acho que a polêmica não vale a pena.
Não consegui nem ler o texto todo, pois eu já sei onde ele vai dar. É igual a muitos outros que lemos por aí:
Uma mulher defendendo as suas escolhas e condenando as das outras mulheres.

Sobre o parto em casa:
http://guiadobebe.uol.com.br/parto-em-casa-e-seguro/ e http://guiadobebe.uol.com.br/parto-domiciliar-refletindo-sobre-paradigmas/

Sobre a paralisia cerebral citada pelas médicas:
http://espacobemnascido.blogspot.com.br/2009/08/paralisia-cerebral-acontece-antes-do.html

Sobre a amamentação:
A OMS é clara.

Sobre pessoas que acham um absurdo dizer que médicos fazem cesárea por dinheiro: basta analisar os números de partos normais e cesáreas no Brasil e no resto do mundo, e pensar que uma cesariana não paga muito, mas que em 4 horas, um médico pode fazer 4 cesarianas e apenas 1 parto normal (que pode levar mais tempo). E pra acompanhar parto normal, ele corre o risco de perder um período de consultório ou uma madrugada de sono. Será mesmo que ele não pensa no dinheiro?

Sobre a mulher estar predestinada ao sofrimento… Quem disse que porque sente dor, tem que sofrer? Você sofre quando malha bastante e fica com aquela dorzinha no dia seguinte? Você sofre quando faz yoga e consegue fazer aquela posição super difícil? Sofre quando está fazendo aquela tatuagem que sempre quis fazer? Eu acho que com relação ao parto, a filosofia é a mesma: A dor pode ser inevitável mas o sofrimento é opcional.
Eu tive 12 horas de trabalho de parto. Passei 10 horas com contraçoes de 3 em 3 minutos. E em nenhum momento eu encarei as dores como sofrimento.

Pra mim, sofrimento é ter câncer. É sofrer um acidente e perder um membro. É perder um filho…

Eu acho engraçado essas pessoas que levantam bandeira contra as pessoas que lutam para que as recomendações da OMS sejam seguidas na hora do parto. A que ponto chegamos? Estão tão imersas no discurso de que a mulher moderna “não tem que sofrer”, que elas aceitam um risco 6% maior de mortalidade neonatal, aceitam um procedimento cirurgico de médio porte nos seus abdomens, aceitam médicos ditando as regras de suas vidas… ficam completamente submissas ao discurso medicalizado. E acham que isso é ser moderna!
Pra mim, ser moderna é tomar as rédeas da própria vida e bancar as próprias escolhas. Estar SEGURA de suas decisões. Saber que fez o seu melhor, mesmo que aquele não seja o melhor pro filho do vizinho.

Cada um, cada um.

E sim, lutar pela honestidade médica. Porque os números brasileiros são injustificáveis!

Sem falar nas anoxias, quase todas provocadas por más condutas intrapartal, geralmente em via de nascimento baixa, ou seja, a vaginal.

Não faço alegoria às cesáreas. Eu sou contra radicalmente ao Parto Domiciliar e os desassistidos e eu penso que se deve sim, tentar o parto via vagina em um ambiente hospitalar e de preferencia com médicos.

As minhas cesa eu as fiz com convição e eleição. Uma questao de foro intimo meu e deu tudo certo.

Eu nasci para Martenar e não para Partejar. Tanto que, além dois meus dois filhos nascidos pelas duas cesas mararvilhosas, eu adotei mais dois, nascidos do meu coração.

Piada né?
http://espacobemnascido.blogspot.com.br/2009/08/paralisia-cerebral-acontece-antes-do.html

Vc é radicalmente contra o parto domiciliar e se baseia em que para ter essa opinião? Qual é o estudo científico que te dá base para ser radicalmente contra? Qual é a evidência que mostra que é mais perigoso estar em casa?
Você sabia que os índices de mortalidade são os mesmos em partos normais hospitalares em gestantes de baixo risco e em partos domiciliares de gestantes de baixo risco? Claro que não sabe né… E sabia que esses índices são menores do que os índices provenientes de cesarianas?

A Organização MUNDIAL da Saúde afirma que o melhor lugar para se dar a luz é o lugar onde a mulher se sente SEGURA. Se uma mulher se sente segura em parir o seu próprio filho na sua casa, não vai ser a opinião sem embasamento nenhum de alguém que diz ser radicalmente contra que vai mudar isso. Assim como tem gente que se sente segura cortando 7 camadas da barriga e a parede do útero para extrair do ventre um filho que não tem o pulmão 100% maduro, tem gente que se sente segura para parir em casa.
E aí?

Eu sou extremamente contra cesárea eletiva pois as evidências científicas mostram que as crianças nascidas assim são mais propensas a serem portadoras de asma e bronquite. São mais propensas a desenvolver anemia na primeira infância devido ao corte de cordão antes de parar de pulsar. São mais propensas a serem pessoas ansiosas. E além disso, as mães tem risco de ter uma infecção hospitalar, um pós operatório complicado e complicações com a amamentação.
Isso tudo não significa que vá acontecer com todas. Mas os riscos são maiores. Voce não bancou uma cesárea eletiva sabendo de tudo isso? E porque uma pessoa não pode bancar um parto em casa? Eu te garanto que uma gestante de baixo risco que fica em casa corre muito menos riscos do que uma que faz cesárea eletiva no hospital. E as e os estudos estão aí pra provar isso. Não é achismo meu não… eu não gosto de responder achismos com outros achipesquisassmos!

Piada né?
http://espacobemnascido.blogspot.com.br/2009/08/paralisia-cerebral-acontece-antes-do.html

Vc é radicalmente contra o parto domiciliar e se baseia em que para ter essa opinião? Qual é o estudo científico que te dá base para ser radicalmente contra? Qual é a evidência que mostra que é mais perigoso estar em casa?
Você sabia que os índices de mortalidade são os mesmos em partos normais hospitalares em gestantes de baixo risco e em partos domiciliares de gestantes de baixo risco? Claro que não sabe né… E sabia que esses índices são menores do que os índices provenientes de cesarianas?

A Organização MUNDIAL da Saúde afirma que o melhor lugar para se dar a luz é o lugar onde a mulher se sente SEGURA. Se uma mulher se sente segura em parir o seu próprio filho na sua casa, não vai ser a opinião sem embasamento nenhum de alguém que diz ser radicalmente contra que vai mudar isso. Assim como tem gente que se sente segura cortando 7 camadas da barriga e a parede do útero para extrair do ventre um filho que não tem o pulmão 100% maduro, tem gente que se sente segura para parir em casa.
E aí?

Eu sou extremamente contra cesárea eletiva pois as evidências científicas mostram que as crianças nascidas assim são mais propensas a serem portadoras de asma e bronquite. São mais propensas a desenvolver anemia na primeira infância devido ao corte de cordão antes de parar de pulsar. São mais propensas a serem pessoas ansiosas. E além disso, as mães tem risco de ter uma infecção hospitalar, um pós operatório complicado e complicações com a amamentação.
Isso tudo não significa que vá acontecer com todas. Mas os riscos são maiores. Voce não bancou uma cesárea eletiva sabendo de tudo isso? E porque uma pessoa não pode bancar um parto em casa? Eu te garanto que uma gestante de baixo risco que fica em casa corre muito menos riscos do que uma que faz cesárea eletiva no hospital. E as e os estudos estão aí pra provar isso. Não é achismo meu não… eu não gosto de responder achismos com outros achismos!

Mais um comentário pras medicas aí de cima, que falam que parto normal trazem problea:

A maioria das crianças da AACD são filhas de usuárias do SUS.
A maioria das crianças que nascem no SUS, é de parto normal.
Portanto a maioria das crianças deficientes do AACD nasceram de parto
normal.
Mas vai olhar de perto para entender que uma boa parte era de prematuros
extremos, pré natal problemático e outras questões complicadas.
Quem vai olhar isso de perto se já tem uma idéia pré concebida, né?

Agora que li o comentário da Jussiara…
Vou comentar alguns pontos…
Pelo visto, vc precisa gastar um tempinho no dicionário.
Primeiro pq ser radical é ir até a raíz do problema, chegar na principal causa de todas as consequências. Quem é radical, tem fundamentos. Ser radical de maneira alguma é algo ruim.
E segundo, porque cirurgia cesariana nao é parto cesáreo. Isso é eufemismo obstétrico pq o cara passa a faca na tua barriga e tem q te fazer acreditar q ele está fazendo algo bom. Cesarea nao é parto, é cirurgia de extração de feto. Parto vem de parir. Quem tem parto passa pelo canal de parto e por consequência, sai pela vagina da mãe.

As tais parteiras das cavernas tem curso superior, graduação, muitas delas em obstetrícia pela USP. Elas cobram uma fortuna bem menor do que a que vc gasta em um quarto de bebe, porque o que custa é o tempo delas. Elas perdem madrugadas, finais de semana, eventos importantes de família.
Se vc comparar os honorários de um médico que acompanha um parto normal decente, sem intervenções pra agredir o corpo da mulher e acelerar o processo de nascimento, ele cobra ainda mais que a parteira. Porque o que custa é a disponibilidade pra ele estar ao teu lado e esperar o processo fisiológico acontecer, estando atento pra intervir se for necessário.
É um atendimento muito diferente do que aqueles plantonistas fazem.
Tem gente que se contenta com o básico. Tem gente que prefere investir em saúde e respeito no momento do nascimento do filho. Tem gente que acha normal extrair da barriga um filho que não está 100% pronto, pq é o amadurecimento do pulmão que desencadeia o trabalho de parto. Tem gente que prefere o filho estar maduro.
Assim como quem faz cesariana eletiva (80% das usuárias de convênio medico) quer a sua escolha respeitada, quem opta por um parto humanizado que segue as indicações da organização mundial da saúde tb der ser respeitada.
Quem está segura que fez a melhor opção para os seus filhos e foi dona de sua decisão nao deveria se sentir assim tão afetada por uma minoria que prefere tratar o parto como um evento fisiológico do corpo.

fico plenamente satisfeita, como autora do texto, em ter suscitado uma discussão tão relevante entre as leitoras. sempre vale a pena dar a cara à tapa, rsrs!

a jussiara conseguiu resumir maravilhosamente a moral do artigo: vamos maternar mais e partejar menos? o texto não é um ataque às naturalistas, e sim uma RESPOSTA bem à altura da deselegância de ALGUMAS delas, e que eu vivi pessoalmente, massivamente. SIM, existem livro COM DADOS MUNDIAIS sobre o fenômeno bedrock. quem leu direito entendeu que a minha voz é a “voz fora de moda/ jetsons/ o que vocês quiserem”. PORQUE EXISTE TODA UMA OMS CAGANDO REGRA E MÃES DESESPERADAS PARA SE ENCAIXAR QUANDO PRA ELAS SERIA MELHOR TER APOIO MORAL PARA SAIR DO PADRÃO!

como disse uma amiga, “algum dia esses gráficos de peso/altura de criança vai matar uma mãe!”

leitoras que se encaixam naturalmente às regras dominantes: VOCÊS SÃO MINHAS ÍDALAS. a vida é mais simples para vocês. não precisam se sentir alvejadas. EU SOU A VOZ DE QUEM NÃO SE ADAPTOU E TEVE A CORAGEM DE CIRAR SEU PRÓPRIO MODO. essa voz precisa existir.

aqui fica claro que todas as mães se sentem atacadas, as do lado bedrock e as do lado jetsons. a primeira a se sentir atacada fui eu mesma, e reagi via texto! se uma parte questiona ou se defende, a outra se sente atacada.

agora, 1 ano e meio depois da publicação do artigo, eu já sou da opinião de que seria MUITO MAIS PROVEITOSO se nos uníssemos como MÃES: AFINAL VIVEMOS NUM PATRIARCADO E ISSO É MOTIVO SUFICIENTE PARA GENTE FAZER UMA FORCINHA PRA SE ENTENDER!

talvez para chegarmos lá ainda precisemos bater mais cabeça umas com as outras em fóruns como este. mas não vamos desistir, mulheres, porque estamos vivendo a terceira grande onda feminista mundial e precisamos adiantar as coisas para que nossas filhas (e filhos) sejam adultas(os) realmente livres!

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